Diretor da Organização Mundial de Propriedade Intelectual visita Brasil

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O diretor-geral da Organização Mundial de Propriedade Intelectual (OMPI), Daren Tang, realizou uma visita oficial de quatro dias ao Brasil, no mês de março, e se reuniu com autoridades locais, empresários e empreendedores no país.

Em Brasília, a OMPI e o Grupo Interministerial de Propriedade Intelectual do Brasil (GIPI) assinaram um acordo sobre a implementação da Estratégia Nacional de Propriedade Intelectual do Brasil.

O diretor da agência da ONU também passou por Rio de Janeiro e São Paulo, onde prometeu o apoio da OMPI ao Brasil na implementação de uma estratégia baseada em propriedade intelectual que promove o crescimento econômico impulsionado pela inovação e criatividade.

diretor geral da OMPI e ministro carlos frança apertam as mãos
Legenda: O diretor-geral da OMPI, Daren Tang, e o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Carlos FrançaFoto: © Samar Shamoon/OMPI

O diretor-geral da Organização Mundial de Propriedade Intelectual (OMPI), Daren Tang, realizou uma visita oficial de quatro dias ao Brasi. Na ocasião, Tang se reuniu com autoridades locais, empresários e empreendedores no país. Ele passou por Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília e prometeu o apoio da OMPI ao Brasil na implementação de uma estratégia baseada em propriedade intelectual que promove o crescimento econômico impulsionado pela inovação e criatividade.

Em Brasília, Tang se reuniu com o ministro das Relações Exteriores Carlos França, além de representantes dos ministérios da Economia, Turismo e Agricultura e outros membros do Grupo Interministerial de PI do Brasil (GIPI), projetado para trazer uma abordagem transversal e multissetorial à propriedade intelectual (PI). No encontro, a OMPI e o GIPI assinaram um Memorando de Entendimento sobre a implementação da Estratégia Nacional de Propriedade Intelectual do Brasil.

 “Esta assinatura pessoal ressalta o compromisso da OMPI de fortalecer nossa parceria estratégica com o Brasil e envia um forte sinal do compromisso do Brasil em construir o futuro de seu ecossistema de inovação”, afirmou o diretor da agência da ONU. “O Brasil pode contar com o apoio contínuo da OMPI, pois usa a PI como um facilitador horizontal que atravessa diferentes setores de sua economia e, finalmente, como um poderoso catalisador para crescimento e desenvolvimento”

Em reunião com o vice-ministro de Relações Exteriores, Fernando Simas Magalhães, Tang delineou sua visão para um sistema de PI mais amplo, mais inclusivo e orientado para o desenvolvimento. Segundo ele, a jornada de PI bem-sucedida do Brasil pode servir de modelo para outros países em desenvolvimento.

o diretor-geral da OMPI, Daren Tang (terceiro da direita) e representantes do Grupo Intergovernamental de PI (GIPI) do Brasil
Legenda: Durante visita oficial ao Brasil, o diretor-geral da OMPI e representantes do Grupo Intergovernamental de PI (GIPI) do Brasil assinaram um acordo sobre a implementação da Estratégia Nacional de Propriedade Intelectual do BrasilFoto: © Samar Shamoon/OMPI

Ambiente de inovação – Em São Paulo, o chefe da OMPI teve discussões com start-ups, empreendedores e empresas sobre como o sistema de PI pode apoiar melhor o crescimento dos negócios.

Em um encontro organizado pela Confederação da Indústria Nacional (CNI), representantes de empresas de todos os portes – da gigante brasileira da aviação Embraer S.A. a empresas menores especializadas em tecnologia limpa – endossaram a visão da OMPI de usar a PI como catalisador de crescimento.

As empresas apoiaram os novos esforços da OMPI para abordar a questão da avaliação e financiamento de PI. As discussões também abordaram as questões de aplicação da PI e o futuro do ecossistema de inovação do Brasil.

Tang disse que é fundamental ampliar a mentalidade em relação à propriedade intelectual e dissipar o mito de que ela só é relevante para grandes empresas ou economias avançadas. Ele acrescentou que a PI deve ser vista como uma ferramenta poderosa para o crescimento dos negócios, inclusive para as pequenas e médias empresas, e que a indústria brasileira já tem amplitude e profundidade para levar seu ecossistema de inovação ao próximo nível. Ele também enfatizou a importância de lidar com a PI como uma questão horizontal, o que exigiria uma abordagem multissetorial e colaboração público-privada.

“A inovação precisa de um ecossistema para prosperar – é quando você conecta os pontos de cada setor que a mágica acontece. Mas mudar de rumo exige paciência e empenho e estamos aqui para te ajudar nessa jornada”, disse ele.

Em uma reunião com CEOs de start-ups, organizado pela Federação das Indústrias de São Paulo (FIESP), Tang elogiou a resiliência da economia brasileira e a crescente vitalidade do setor de start-ups e pequenas e médias empresas, observando que o Brasil promoveu 26 unicórnios nos últimos anos.

“O Brasil não está começando do zero, mas ao longo dos anos construiu várias instituições e mecanismos para apoiar a inovação. À medida que o Brasil internacionaliza ainda mais sua economia e desenvolve seus próximos unicórnios, a OMPI está aqui para apoiar com nossas ferramentas, experiência e consultoria”, afirmou Tang.

O diretor-geral participou ainda de uma reunião organizada pelo Sebrae, na qual se comprometeu a fornecer suporte de orientação para até 300 empreendedores de pequenas e médias empresas sobre como incorporar a propriedade intelectual em suas estratégias de exportação e ajudá-los a se tornarem players globais. Tang discutiu as necessidades das empresas menores no Brasil e prometeu o apoio da OMPI aos produtores da região de Tefé, no Brasil, na Amazônia, à medida que usam a propriedade intelectual para levar seus produtos indígenas ao mundo.

Conectar a PI à vida cotidiana – A última etapa de sua visita oficial do diretor-geral da OMPI foi no Rio de Janeiro, onde se encontrou com representantes da comunidade empresarial e visitou o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

Em declarações à Associação Brasileira de Propriedade Intelectual (ABPI), Tang falou sobre como os profissionais de PI podem apoiar a próxima geração de inovadores e criadores para não apenas se envolverem com o tema, mas para usá-la efetivamente em uma economia global em rápida transformação.

Ele disse que o primeiro desafio é conectar a PI à vida cotidiana das pessoas e torná-la relevante para os jovens: “devemos tirar a PI das sombras e colocá-la na luz. É apenas ampliando nosso trabalho e conectando-o a uma gama muito mais ampla e diversificada de partes interessadas que ajudaremos as pessoas a ver o valor da propriedade intelectual que todos nós vemos.”

Em reuniões no Escritório de PI do Brasil (INPI), Tang garantiu ao presidente do INPI, Cláudio Vilar Furtado e seus colegas, o apoio contínuo da OMPI. Ele parabenizou o INPI por seus esforços maciços para reduzir a pendência de pedidos de patentes – 80% da pendências em exames de patentes foram reduzida em menos de três anos.

O diretor-geral parabenizou a instituição por seu papel como prestador de serviços para pequenas empresas, produtores, funcionários do governo e outros atores do ecossistema de PI, destacando os esforços do INPI na prestação de serviços especiais aos empresários nacionais para aumentar o registro de ativos de PI.

Fonte: ONU