Embaixador da União Europeia no Brasil, Ignacio Ybáñez acredita na assinatura do acordo europeu com o Mercosul

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O embaixador da União Europeia no Brasil, Ignacio Ybáñez concedeu uma entrevista ao jornal o povo onde afirmou que acredita na assinatura do acordo europeu com o Mercosul.

“Ainda é cedo para avaliar o acordo, pois o texto final ainda não chegou aos parlamentos. Ainda estamos na finalização da parte de negociação, que formalmente aconteceu em junho do ano passado, mas ainda não foi assinado. Estamos fazendo conjuntamente a revisão desses textos e achamos que vamos terminar nas próximas semanas“, explica.

Ybáñez foi entrevistado pelo editor-chefe de Economia e Negócios do O POVO, Jocélio Leal, no projeto “O POVO em casa”, sob o tema “Mercosul e União Europeia pós-pandemia”. Ao ser questionado sobre as falas do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, na reunião ministerial divulgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o embaixador minimiza e diz que “as declarações são importantes no mundo político, mas os fatos são muito mais importantes“.

O embaixador explica que, reuniões com o vice-presidente Hamilton Mourão – que também lidera o Conselho da Amazônia -, agradaram os europeus com a promessa de que “os fatos serão positivos a partir de agora”. “O que é realidade é que o elemento da sustentabilidade ambiental é bem importante para os países da UE. Nós achamos que também é importante para o Brasil pelo que temos conversado com o vice-presidente, Hamilton Mourão, que deu uma mensagem clara em que há uma preocupação genuína do governo brasileiro“.

Mesmo assim, há em alguns países europeus impacto negativo dos incêndios na Amazônia e a falta de políticas ambientais consistentes advindas do Ministério do Meio Ambiente geram mal-estar com os negociadores, já que o compromisso de acordo entre os blocos econômicos prevê o obedecimento ao Acordo de Paris para o desenvolvimento sustentável e o aumento do desmatamento da Amazônia.

“A posição dos parlamentos causa preocupação e a União Europeia ainda vai trabalhar com os grupos de interesse para que o acordo seja aprovado na Europa”, afirma.

No entanto, o embaixador é positivo e diz que quando as partes tiverem um texto alinhado, as negociações terão início. “O importante agora é finalizar os textos e depois começar um trabalho de explicação do acordo, o que nele contém, tanto nos países da UE como do Mercosul”.

“Então a decisão do parlamento dos Países Baixos é uma opinião que levaremos em conta, como todas as opiniões, mas o momento importante será quando o texto em seu conjunto for apresentado a todos os parlamentos e que eles possam realmente valorizar os elementos do acordo”, avalia.

Nem mesmo a mudança do cenário econômico causada pela pandemia da Covid-19 abala o entendimento do embaixador na ratificação do acordo comercial. Para ele, a crise incrementa um novo elemento, mas, como a visão é no longo prazo, isso não preocupa. “O acordo já era revolucionário antes da Covid-19 no momento em que foi finalizado em meio à guerra comercial entre Estados Unidos e China e a defesa de valores muito mais protecionistas“.

Entrevista concedida ao jornalista Jocélio Leal do Jornal o Povo.