Inovação e empoderamento de mulheres e jovens é tema do 3º Fórum Mundial de Investimentos Empresariais no Bahrein

A terceira edição do Fórum Mundial de Investimentos Empresariais aconteceu entre 11 e 13 de novembro, em Manama, capital do Bahrein. Evento visou debater medidas de inclusão de jovens e mulheres no setor industrial da região do Oriente Médio e Norte da África, a fim de impulsionar o crescimento e garantir o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e a Agenda 2030.

O evento, promovido conjuntamente pela União das Câmaras Árabes; Câmara de Comércio e Indústria do Bahrein; Centro Internacional Árabe de Empreendedorismo e Investimento; e Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO), também discutiu as inovações e os desafios trazidos com a 4ª revolução industrial, caracterizada por uma economia digital, para a região.

Em sua fala na abertura do evento, a diretora de suporte a políticas e programas da UNIDO, Fatou Haidara, observou que as mulheres representam metade da população mundial e, questionando a capacidade geral de alcançar os objetivos globais sem essa inclusão, apontou a existência de uma lacuna de gênero na indústria que “com a quarta revolução industrial, se não implementarmos as políticas e medidas corretas, a diferença poderá aumentar ainda mais, e essa é a última coisa que queremos que aconteça”.

Entre 11 e 13 de novembro, no Bahrein, Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO) participou do 3º Fórum Mundial de Investimentos Empresariais. Foto: WEIF.

Entre 11 e 13 de novembro, no Bahrein, Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO) participou do 3º Fórum Mundial de Investimentos Empresariais. Foto: WEIF.

Destacando o papel do investimento e da inovação voltados para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), o 3º Fórum Mundial de Investimentos Empresariais tem como objetivo promover o investimento em empreendedorismo e inovação em meio à revolução digital no mundo árabe.

Entre 11 e 13 de novembro, os participantes discutiram, na cidade de Manama, capital do Bahrein, os desafios e as oportunidades derivados dessa revolução e seu impacto nos setores público e privado, além de destacar as melhores práticas e políticas internacionais necessárias para garantir a inclusão financeira de jovens e mulheres, com ênfase na região árabe do Oriente Médio e Norte da África.

Igualdade de gênero na Indústria

Fatou Haidara, diretora de suporte a políticas e programas da UNIDO, falou na abertura do 3º Fórum Mundial de Investimentos Empresariais. Foto: ONU News | Abdelmonem Makki.

Fatou Haidara, diretora de suporte a políticas e programas da UNIDO, falou na abertura do 3º Fórum Mundial de Investimentos Empresariais. Foto: ONU News | Abdelmonem Makki.

Em discurso na sessão de abertura, a diretora de suporte a políticas e programas da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO), Fatou Haidara, falou sobre as implicações dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) no setor, objetivos que abrangem, entre outros, os temas da sustentabilidade, inclusão e parceria.

Observando que as mulheres representam metade da população mundial e questionando a capacidade geral de alcançar os objetivos globais sem promover a inclusão desse grupo, a oficial explicou ainda que o trabalho da UNIDO está focado na inclusão e na sustentabilidade do desenvolvimento industrial.

“Essa é uma oportunidade de lançar luz sobre o trabalho da UNIDO na área do empoderamento das mulheres e colocá-lo no contexto da revolução industrial”, pontuou Fatou.

“Existe uma lacuna de gênero. Com a Quarta Revolução Industrial, se não implementarmos as políticas e medidas corretas, a diferença poderá aumentar ainda mais, e essa é a última coisa que queremos que aconteça”, avaliou a diretora.

Também participaram da palestra de abertura Sheikh Faisal bin Rashid bin Isa, vice-presidente do Conselho Supremo para o Meio Ambiente do Bahrein; Yousef bin Ibrahim Al Bassam, Presidente do Banco Árabe de Desenvolvimento Econômico; e Dr. Hashim Hussein, Chefe do Departamento de Promoção de Investimentos e Tecnologia da UNIDO no Bahrein.

Empoderando jovens e mulheres para um futuro sustentável

Fatou Haidara, diretora de suporte a políticas e programas da UNIDO ao lado do chefe do departamento de promoção de investimentos e tecnologia da UNIDO, Hashim Hussein. Foto: ONU News | Abdelmonem Makki.

Fatou Haidara, diretora de suporte a políticas e programas da UNIDO ao lado do chefe do departamento de promoção de investimentos e tecnologia da UNIDO, Hashim Hussein. Foto: ONU News | Abdelmonem Makki.

Em entrevista, Hussein, da UNIDO do Bahrein, disse que a ideia do Fórum começou a partir da questão: “o que a ONU deveria fazer sobre o empoderamento econômico de jovens e mulheres?”.

Ressaltou que a falta de oportunidades de emprego para os jovens hoje é um problema em todos os países, especialmente naqueles em desenvolvimento, e apontou que os ODS sofrem de uma “lacuna de investimento” de mais de 250 bilhões de dólares anualmente, até 2030.

“Não podemos alcançar os ODS se o setor privado e as instituições financeiras não desempenharem seu papel. Os seres humanos são o principal foco para o desenvolvimento segundo as Nações Unidas; eles são os empreendedores nesse campo”, apontou Hussein.

“Uma pessoa que cria uma pequena e média empresa, cria empregos para si e para outros jovens”, acrescentou.

Hussein pontuou que a ONU cumpre um papel ao ajudar países, atores do setor privado, instituições da sociedade civil e indivíduos representando empreendedores a estabelecer projetos prósperos e sustentáveis.

Segundo Hussein, esta é a primeira vez que a região árabe sediou a 18ª edição da Conferência de Empresários e Investidores Árabes em conjunto com o 3º Fórum Mundial de Investimentos Empresariais.

A realização conjunta dos dois eventos mostrou aos organizadores a necessidade de ter uma rede comum entre investidores e empreendedores.

Investidores e empreendedores do mundo árabe

As sessões do fórum incluíram vários painéis de discussão com especialistas internacionais nas áreas de expertise da Quarta Revolução Industrial.

As discussões também focaram no papel dos empreendedores e a possibilidade de se beneficiarem dos resultados da Primeira Revolução Digital na Indústria (ou indústria 4.0).

Além disso, as sessões incluíram reuniões bilaterais entre empresários, investidores e empreendedores.

Nos bastidores do Fórum, a Organização para a Cooperação Islâmica (OIC) realizou uma Cúpula de Empreendedorismo com a participação de 56 países, onde foi lançado um ‘Centro de Negócios’ – com conteúdo virtual online – para apoiar empreendedores nos países da OIC.

Educação e Inovação lado a lado

A importância da educação na promoção da 4ª Revolução Industrial também foi destaque na programação do Fórum, com um evento sobre o papel do ensino e das universidades na “indústria 4.0”.

O evento contou com a participação de mais de 60 instituições de todo o mundo para mostrar seus projetos e programas.

Os participantes também discutiram o papel do investimento em tecnologia verde e como os empreendedores podem se beneficiar da tecnologia em projetos sustentáveis.

Rali Árabe pela Inovação

Em um ‘Rali Árabe pela Inovação’, promovido durante o Fórum, estudantes universitários da região árabe dividiram-se em 18 equipes de 18 países.

Ao lado de professores, dedicaram-se a encontrar soluções inovadoras para muitos desafios da região em áreas como água; agricultura; energia renovável; poluição ambiental e reciclagem de resíduos ambientais.

No final do dia, os vencedores foram homenageados com um apoio da Câmara de Comércio e Indústria do Bahrein, que concedeu 100.000 dólares aos três ganhadores.

A cerimônia contou com a presença do secretário-geral da Liga dos Estados Árabes, Ahmed Aboul Gheit.

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Fabiana Ceyhan

Jornalista por formação, Professora de Inglês (TEFL, Teaching English as a Foreigner Language). Estudou Media Studies na Goldsmiths University Of London e tem vasta experiência como Jornalista da área internacional, tradutora e professora de Inglês. Poliglota, já acompanhou a visita de vários presidentes estrangeiros ao Brasil. Morou e trabalhou 15 anos fora do país.