Embaixada da Indonésia comemora em Brasília o aniversário de sua independência- Confira os detalhes da recepção e a culinária do país

A Embaixada Indonésia no Brasil, comemorou os 73 anos de independência do país, ontem, 29 de agosto, na  residência oficial do embaixador Toto Riyanto.

Estabelecidas em 1953, as relações entre Brasil e Indonésia têm sido impulsionadas nos últimos anos, particularmente após a troca de visitas de governos,  e a parceria estratégica entre os dois países – O relacionamento tem se beneficiado de afinidades em diversas vertentes: evolução política convergente (fortalecimento da democracia); semelhanças em aspectos físicos (grandes territórios, com importante biodiversidade); humanos (população numerosa e multiétnica) e sociais (desafio de superação de desigualdades).O embaixador mencionou também em seu discurso a cooperação de alto nível na área de  defesa entre Brasil- Indonésia.

O representante do Itamaraty,  embaixador Ary Quintella, convidado ilustre do embaixador, discursou expressando condolências e solidariedade pelas perdas humanas e materiais sofridas com os recentes terremotos na Indonésia.

“Brasil e Indonésia mantém, há mais de seis décadas laços de cooperação e diálogo. São duas vibrantes democracias, multiculturais e multiétnicas, com numerosa população e ampla extensão territorial. Somos países historicamente comprometidos com o multilateralismo, o diálogo e a solução pacífica de controvérsias. Enfrentamos desafios comuns na promoção do desenvolvimento sustentável e na construção de sociedades mais justas e inclusivas. Esses traços comuns e afinidade de objetivos se  expressam  na parceria estratégica  estabelecida em 2008, entre nossos dois países , única do gênero que o Brasil mantém no Sudeste Asiático.” enfatizou  Quintella.

No evento também aconteceu uma apresentação artística e a comida servida foi asiática, da Indonésia. Vários Embaixadores de outros países e Adidos Militares  brasileiros e estrangeiros,marcaram presença no evento.

Destaque Gastronômico:

culinária da Indonésia reflete o seu tamanho, como 5º país mais habitado do mundo, com mais de 1800 ilhas e de 250 grupos étnicos. Para além disso, a Indonésia, pátria das especiarias, foi sucessivamente ocupada por portugueses e holandeses, para além de ter tido, antes dos europeus, a influência dos chinesesindianos e árabes.

arroz é a base da alimentação dos indonésios, com exceção dos “malukus” e dos residentes em Papua (a parte indonésia da Nova Guiné), onde a base é o sagu, a farinha duma palmeira, a batata-doce e a mandioca, estes últimos trazidos das “índias ocidentais”. Os pratos de carnepeixe e vegetais são consumidos em pequenas quantidades, e sempre em preparações bastante condimentadas, ao contrário dos ocidentais que, por essa razão, sofrem com o picante da culinária indonésia. Um prato de arroz, o “nasi goreng” é por vezes considerado o prato nacional da Indonésia.

Muitos ingredientes indígenas destas ilhas espalharam-se pela região e mais longe. O leite-de-coco (santen) é extremamente importante até ao sul da África oriental e às Caraíbas. O galangal (ou gengibre do Laos), a folha de lima e o pandano são importantes na cozinha doutros países, principalmente no sueste asiático. A banana levou mesmo o seu nome indonésio para a África do Sul, “pinseng”, que foi adotado na língua afrikaans. Um doce baseado em banana, que também ultrapassou fronteiras foi o pisang goreng, a banana frita.

Por outro lado, a Indonésia adotou muitos ingredientes originários da Ásia, como o cominho, o coentro, o gengibre, o açafrão e a alcaravia, assim como formas exóticas de cozinhar como, por exemplo, o caril. Os árabes também contribuíram com a sua religião (o islão) e a sua cultura; por isso, os kababs foram adotados na Indonésia e tornaram-se “satay”, A carne de carneiro e de cabra são populares, mas o porco só é consumido pelas comunidades hindus, como no Bali, e de origem chinesa. Os chineses introduziram igualmente o wok, o molho de soja, o tofu e os mins,

Os holandeses também contribuíram para esta diversidade culinária, principalmente com ingredientes das suas colónias das “Índias ocidentais”, do México e da América do Sul, como as malaguetas, a mandioca, a batata-doce, a batata-reno e o milho, mas também da sua culinária dos culinária tradicional, como as couves, as cenouras e formas de cozinhar, como os guisados.

Muito para além da sua região, os indonésios também contribuíram com as suas “invenções”, como um molho a que juntaram açúcaranis-estrelado e outros condimentos e a que chamaram “kecap”, que se pronucia “ketchup” e que passou a fazer parte da culinária .

Confira os relatos fotográficos:

Compartilhe

Fabiana Ceyhan

Jornalista por formação, Professora de Inglês (TEFL, Teaching English as a Foreigner Language). Estudou Media Studies na Goldsmiths University Of London e tem vasta experiência como Jornalista da área internacional, tradutora e professora de Inglês. Poliglota, já acompanhou a visita de vários presidentes estrangeiros ao Brasil. Morou e trabalhou 15 anos fora do país.