China desempenha papel de liderança na transição mundial para energias renováveis

Entrevista com Gauri Singh, vice-diretora da Agência Internacional para as Energias Renováveis

A China está desempenhando um papel de liderança na transição justa do mundo para as energias renováveis, disse Gauri Singh, vice-diretora-geral da Agência Internacional para as Energias Renováveis (IRENA), em entrevista à Agência Xinhua durante a Cúpula Mundial de Governos em Dubai.

“A China sempre desempenhou um papel muito importante nas energias renováveis”, destacou Singh ao estender suas saudações ao povo chinês pelo Ano Novo Lunar, que caiu em 10 de fevereiro.

“O Ano do Dragão incorpora o espírito de coragem, vitalidade e ambição. Todos nós precisamos ser ambiciosos na forma como vemos nosso futuro comum e o futuro do planeta”, explicou ela.

A IRENA, com 169 membros, é uma organização intergovernamental líder global para promover a transição renovável mundial, apoiar os países em suas transições energéticas e fornecer dados e análises atualizadas sobre inovação, políticas, finanças e investimentos em tecnologia verde.

Graças ao papel da China como um centro de manufatura, que reduz os custos de transição verde, um grande número de países conseguiu avançar em seus planos nacionais de forma mais tranquila, assinalou.

De acordo com as Estatísticas de Capacidade Renovável 2023 da IRENA, publicadas em março do ano passado, a China foi responsável por cerca de 48% do aumento na capacidade renovável total global em 2022.

Dois terços da nova capacidade hidrelétrica, 45% da nova capacidade solar, metade da nova capacidade eólica e 57% da nova capacidade de bioenergia em 2022 foram instaladas na China.

“A beleza do que a China faz é que eles simplesmente fazem e simplesmente conseguiram. Acho que esse é um aspecto muito importante de como eles também estão olhando para a colaboração e cooperação internacional”, continuou.

Singh acrescentou, no entanto, que há três desafios principais para o mundo superar no setor de energias renováveis.

“Um deles é que ainda não temos infraestruturas para suportar a transição de usinas centralizadas para energias renováveis”, explicou.

“O segundo continua sendo que este é um setor que é impulsionado por políticas. As políticas precisam estar em vigor e elas precisam permitir que a transição aconteça.”

Em terceiro lugar, Singh avaliou que serão necessários mais mão-de-obra e competências para apoiar a transição.

“Precisamos garantir que seja uma transição energética justa. Não podemos deixar para trás certas partes do mundo e seguir em frente porque não é assim que vai acontecer”, manifestou.

“O papel que a China desempenha no apoio a muitos países em desenvolvimento para poder reformar e construir ativos no novo sistema energético é incrível. Se isso continuar e mais do que isso acontecer, então seremos realmente capazes de falar sobre uma transição energética justa.”

Os Emirados Árabes Unidos (EAU) sediaram a Cúpula Mundial de Governos esta semana, em uma tentativa de ajudar os Estados a desenvolverem soluções proativas para desafios futuros.

A 11ª edição da cúpula reuniu mais de 4 mil delegados, representantes de organizações internacionais, formadores de opinião e líderes do setor privado de todo o mundo.

Durante o evento, mais de 120 delegações governamentais e 80 organizações internacionais discutiram o crescimento econômico sustentável, inteligência artificial, futuros governos, educação, serviços de saúde, segurança alimentar e expansão urbana.

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Fabiana Ceyhan

Jornalista por formação, Professora de Inglês (TEFL, Teaching English as a Foreigner Language). Estudou Media Studies na Goldsmiths University Of London e tem vasta experiência como Jornalista da área internacional, tradutora e professora de Inglês. Poliglota, já acompanhou a visita de vários presidentes estrangeiros ao Brasil. Morou e trabalhou 15 anos fora do país.