Brasil, Azerbaijão e EAU unem forças para limitar o aquecimento global a 1,5°C

Os países formarão uma “troika” para combater mudanças climáticas

Os Emirados Árabes Unidos, o Azerbaijão e o Brasil, anfitriões das cúpulas climáticas (COP) mais recentes da ONU, uniram forças para chegar a um acordo internacional limitando o aquecimento global a 1,5 graus Celsius.

Nessa terça-feira (13), foi anunciada a formação de uma “troika” para se concentrar em garantir que compromissos mais ambiciosos de redução de CO² sejam feitos antes do prazo final da COP30, em 2025, na cidade de Belém. O Azerbaijão sediará o evento climático das Nações Unidas deste ano, em novembro.

Em 2015, 199 países assinaram o acordo climático de Paris, para eliminar gradualmente os combustíveis fósseis a favor das energias renováveis na segunda metade do século, limitando o aquecimento global a 1,5ºC. Essa meta parece cada vez mais difícil, à medida que as emissões globais de gases com efeito estufa continuam a aumentar. As novas metas climáticas são vistas como uma última oportunidade crucial para evitar que o aquecimento global exceda o limite de 1,5ºC.

A parceria da troika deverá “melhorar significativamente a cooperação internacional e o ambiente internacional favorável para estimular a ambição na próxima ronda de contribuições determinadas a nível nacional”, diz o acordo final da COP28.

Na semana passada, os monitores climáticos europeus relataram que, pela primeira vez, o aquecimento global excedeu as temperaturas de 1,5ºC num período de 12 meses, o que os cientistas chamaram de “aviso à humanidade”.

Tempestades, secas e incêndios atingiram o planeta à medida que as alterações climáticas, bem como o fenômeno climático El Nino, que aquece as águas superficiais no leste do Oceano Pacífico, fizeram de 2023 o ano mais quente do planeta, segundo registos globais, desde 1850.

O limite de 1,5ºC pode ser alcançado nos cinco anos de 2030 a 2035, de acordo com as últimas estimativas do painel de especialistas climáticos da ONU (Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas).

Esses cientistas alertam que cada décimo de grau adicional intensifica e multiplica eventos climáticos extremos.

A temática da “transição” mundial dos combustíveis fósseis para as fontes alternativas  deverá ser um tema central da COP29 em Baku, no Azerbaijão, onde se espera que seja definida uma nova meta para o apoio financeiro fornecido pelos países desenvolvidos para as alterações climáticas.

De acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), os países ricos estão cerca de dois anos atrasados no cumprimento do seu compromisso inicial de 100 mil milhões de dólares em financiamento anual para o clima até 2022.

O grupo de peritos de alto nível da ONU sobre financiamento climático afirmou, em 2022, que as nações em desenvolvimento, excluindo a China, precisam de gastar cerca de 2,4 biliões de dólares por ano em energia limpa e resiliência climática até 2030 – quatro vezes os níveis atuais.

“Estamos empenhados em alavancar a nossa força como construtores de pontes entre o mundo desenvolvido e o mundo em desenvolvimento como anfitrião da COP29, para acelerar os esforços para manter 1,5 ao alcance”, disse o presidente designado da COP29, Mukhtar Babayev, ministro da Ecologia e dos Recursos Naturais do Azerbaijão. .

“A chave para isso será estabelecer uma nova meta de financiamento climático que reflita a escala e a urgência do desafio climático”, assegurou.

A ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas do Brasil, Marina Silva, publicou um vídeo sobre o tema. Ela diz que “nossos países representam 3 regiões do mundo que agora agem por toda humanidade” e “vão acelerar a ação e ambição em compromissos climáticos”.

 

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Fabiana Ceyhan

Jornalista por formação, Professora de Inglês (TEFL, Teaching English as a Foreigner Language). Estudou Media Studies na Goldsmiths University Of London e tem vasta experiência como Jornalista da área internacional, tradutora e professora de Inglês. Poliglota, já acompanhou a visita de vários presidentes estrangeiros ao Brasil. Morou e trabalhou 15 anos fora do país.