Palácio do Itamaraty festeja artesanato brasileiro

O Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores (MRE) e uma das joias da arquitetura nacional, abriu as portas para outra preciocidade da cultura brasileira: o artesanato. O espaço foi cenário da 1ª Mostra do Artesanato Brasileiro, promovida pelo Programa do Artesanato Brasileiro (PAB)/Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (MEM) e da abertura do 17º Salão do Artesanato Raízes Brasileira, realizado pela Rome Eventos. Na ocasião, os ministros do MEMP Márcio França e da Cultura, Margareth Menezes, assinaram protocolo de intenções para implementação de ações intersetoriais voltadas ao desenvolvimento e fortalecimento do artesanato brasileiro.Além da exposição emblemática do que é o artesanato brasileiro, houve o desfile da coleção Elementos, assinada pelo estilista goiano Theo Alexandre, mostrando que a sustentabilidade é a grande tendência e não sairá mais de moda.

A Sala Portinari recebeu a cerimônia de abertura. Compuseram a mesa, além dos ministros França e Menezes, João Azevedo Lins, governador do Estado da Paraíba; Leonardo Monteiro, deputado federal e presidente da Frente Parlamentar do Artesanato; Milton Coelho, secretário Nacional do Artesanato e do Microempreendedor Individual; Laudemar Aguiar, secretário de Promoção Comercial, Ciência, Tecnologia e Cultura e Maria das Graças Reis, presidente da Confederação Brasileira de Artesanato CONART. Todos eles ressaltaram a importância do artesanato para a cultura brasileira e para a economia brasileira, em falas também marcadas pela solidariedade ao povo do Rio Grande do Sul.

Ao longo de todo evento, os convidados puderam apreciar a 1ª Mostra do Artesanato Brasileiro. Disposta no terraço do Palácio que abriga os jardins de Burle Marx, a mostraexibiu 26 trabalhos, compondo, momentaneamete, o acerto de obras de arte do Itamaraty. A ausência sentida foi a da peça, justamente, do artesão do Rio Grande do Sul, que devido à situação no estado não teve como despachar sua obra para a capital do país. Trouxemos a arte de artesãos de todos os estados brasileiros e do Distrito Federal.  É uma oportunidade única de apreciarmos a maravilhosa diversidade brasileira, de toda a extensão do território nacional em um único lugar“, afirmou Elizabeth Bacelar, diretora do PAB

Outro momento celebrado da noite foi o desfile da marca Thear, que tem à frente o estilista Theo Alexandre. Brasília aplaudiu a mesma coleção que encantou o São Paulo Fashion Week em abril. Inspirada no Cerrado goiano, o trabalho lança um olhar especial aos elementos terra e fogo, abordando fauna e flora, através, principalmente, do lobo-guará e da flor de pequi, que simbolizam bem a singularidade de um do maiores biomas do planeta. “O artesanato é uma realidade no nosso processo de fabricação, com grande valorização do feito à mão. Como somos uma marca de moda autoral, com uma proposta mais slow fashion, o artesanato está sempre muito presente, seja por meio do bordado, do crochê, da tinturaria entre outros processos”, revela o estilista, que também contou com a folha da cervejinha, planta típica e abundante do cerrado, em parceria com o Projeto Folhas Sustentáveis, no kit desenvolvido para o maior evento de moda da América Latina. Os elementos Terra e Fogo, tão presentes no Cerrado, foram traduzidos em tecidos que mesclam texturas terrosas e tons ardentes, evocando a energia primordial que pulsa sob a superfície desta terra ancestral. Assim como o Cerrado, a coleção Elementos é um reflexo do ancestral ciclo de transformação. Cada peça é uma celebração da vida, uma homenagem à beleza efêmera e à constante renovação que permeia o mundo.

Sobre o Salão do Artesanato

O Salão do Artesanato, realizado por Rômulo Mendonçae Leda Simone, da Rome Eventos, abre o calendário oficial 2024 de feiras brasileiras de artesanato e movimenta o shopping Pátio Brasil de hoje a domingo. Aberto ao público, reúne em mais de 5 mil m2 e 150 estandes o melhor do artesanato e da economia criativa em uma iniciativa que privilegia a acessibilidade, inclusão social e sustentabilidade. Com a última edição realizada em novembro de 2023, o Salão retorna à data tradicional, coincidindo com a semana do Dia das Mães, o que inspira a campanha “Artesanato: a Mãe de todas as Artes”.

Além do artesanato produzido em 23 estados brasileiros e no Distrito Federal, o evento conta com programação além da mostra em si. O público poderá participar de oficinas e assistir a apresentações culturais, gratuitamente.

Durante o evento o público terá acesso ao talento de artesãos e mestres artesãos que desenvolvem seus trabalhos a partir de tipologias como cerâmica, madeira, fibras naturais, metal, rendas, bordados e tantas outras. No total, serão cerca de 80 mil peças, desde as menores, como acessórios e utensílios, até as maiores, como esculturas, utilitários, objetos de decoração e móveis. A moda, com a exclusividade que só um produto feito a mão pode ter, também é presença garantida nos estandes. Enfim, uma festa para quem busca para si, ou para presentear, uma peça especial. Mas que, indepementemente de consumo, vale a visita pela relevância cultural de uma verdadeira galeria artística.  

O Salão do Artesanato acontece em Brasília desde 2008, com 16 edições realizadas na capital do país e duas em São Paulo, está entre os maiores eventos de artesanato do país. A cada ano são expostas peças artesanais produzidas nos quatro cantos do país. O evento conta com parcerias importantes como do Programa do Artesanato Brasileiro – PAB/Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Secretaria de Turismo do Distrito Federal e Sebrae DF.

Serviço:

17º Salão do Artesanato

Shopping Pátio Brasil

De 08 a 12 de maio

Das 10h às 22h (de quarta a sábado)

Das 10h às 20h (domingo)

Entrada franca

www.salaodoartesanato.com.br

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Fabiana Ceyhan

Jornalista por formação, Professora de Inglês (TEFL, Teaching English as a Foreigner Language). Estudou Media Studies na Goldsmiths University Of London e tem vasta experiência como Jornalista da área internacional, tradutora e professora de Inglês. Poliglota, já acompanhou a visita de vários presidentes estrangeiros ao Brasil. Morou e trabalhou 15 anos fora do país.