Países árabes se unem para garantir a retomada do turismo

O secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Aboul Gheit, enfatizou a importância de uma ação árabe conjunta para combater os efeitos negativos da pandemia.

 18/06/2020  1

Billal Bensalem/AFP

Anba

São Paulo – O Conselho Ministerial Árabe de Turismo fez uma reunião virtual extraordinária na quarta-feira (17) com representantes dos países membros da Liga Árabe para chegar a um acordo sobre medidas para recuperar o setor de turismo da região.

A 22ª edição do encontro, organizado e presidido pela Arábia Saudita, contou com discurso do secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Aboul Gheit (foto acima), que enfatizou a importância de uma ação árabe conjunta para combater os efeitos negativos da pandemia.

Presidida pelo ministro do Turismo da Arábia Saudita, Ahmed Al-Khatib, os ministros dos países do Oriente Médio e Norte da África (Mena) conversaram sobre como recuperar a economia e coordenar a melhoria regional.

A Arábia Saudita adotou o selo de segurança do Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC) para ajudar a impulsionar viagens seguras, enquanto os Emirados Árabes Unidos compartilharam planos preparatórios para a reabertura e o Egito delineou investimentos em seu setor de turismo para ajudar na recuperação.

O ministro da Economia dos Emirados Árabes Unidos, Sultan Bin Saeed Al Mansoori, participou da reunião e afirmou que a atual cooperação entre países árabes no setor turístico é fundamental para a elaboração de procedimentos que garantam a recuperação do turismo na região.

“Esta é a primeira vez em décadas em que experimentamos um bloqueio total ou parcial das fronteiras ao redor do mundo e uma parada quase total na aviação, com restrições ao deslocamento de milhões de pessoas. Esperamos poder superar essa crise e planejamos apoiar os setores de turismo em nossos países, bem como encontrar um mecanismo conjunto para diminuir as restrições às viagens durante esse período”, disse Al Mansoori.

Em 2019, o setor de viagens e turismo da região do Mena empregou mais de 4,6 milhões de pessoas e gerou cerca de US$ 120 bilhões em Produto Interno Bruto (PIB), o equivalente a R$ 641,7 bilhões.

Ahmed Al-Khatib informou que o governo saudita apresentou um pacote de estímulo financeiro de mais de US$ 61 bilhões (R$ 326,16 bilhões) para preservar empregos e empresas e aliviar o fardo econômico da crise. “Isso beneficiou o setor de turismo local, considerado um dos principais setores da economia. O pacote cobriu 60% dos salários dos funcionários do setor privado saudita por três meses”, declarou.

Al Mansoori apresentou as principais iniciativas dos Emirados Árabes para recuperar a atividade turística, que incluem o lançamento de programas de limpeza e desinfecção das instalações turísticas e a publicação de diretrizes sobre procedimentos preventivos e normas de saúde e segurança antes de receber turistas enquanto a propagação do vírus está em declínio, com a reabertura de hotéis e as atividades econômicas sendo gradualmente retomadas.

Os Emirados Árabes Unidos apoiam os esforços da Organização Mundial de Turismo, da Organização Árabe de Turismo e do Conselho Mundial de Viagens e Turismo em relação a planos e procedimentos de recuperação, observou Al Mansoori, destacando os esforços do país para mitigar os efeitos da atual crise no setor de turismo e garantir sua recuperação, com incentivos econômicos de 282,5 bilhões de dirhams, o equivalente a R$ 411,3 bilhões pela cotação atual.

A reunião também identificou as medidas necessárias para preservar a segurança dos turistas e trabalhar com governos e organizações internacionais para incluir o setor de viagens e turismo nos programas de recuperação econômica.

O declínio no setor de turismo global deve ficar entre 57% e 78% até o final de 2020, o que equivale a algo entre 850 milhões a 1,1 bilhão de turistas, além da perda de cerca de 120 milhões de empregos, conforme estimativas do Organização Mundial do Turismo.

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Fabiana Ceyhan

Jornalista por formação, Professora de Inglês (TEFL, Teaching English as a Foreigner Language). Estudou Media Studies na Goldsmiths University Of London e tem vasta experiência como Jornalista da área internacional, tradutora e professora de Inglês. Poliglota, já acompanhou a visita de vários presidentes estrangeiros ao Brasil. Morou e trabalhou 15 anos fora do país.