Ópera de Mozart é repaginada por artistas que mesclam corpo de baile, orquestra de câmara e teatro

 

As Bodas de Fígaro ganha nova versão em Brasília

Ópera de Mozart é repaginada por artistas que mesclam corpo de baile, orquestra de câmara e teatro

“Fígaro aqui, Fígaro lá. Fígaro em cima, Fígaro embaixo”. A conhecida música faz referência ao barbeiro mais famoso de Sevilha (Espanha) e do mundo. Fígaro foi eternizado na obra do italiano Gioachino Rossini (1792-1868), Il Barbiere di Siviglia (O Barbeiro de Sevilha). A ópera é baseada na peça homônima do dramaturgo francês Pierre-Augustin de Beaumarchais e retrata a primeira parte da Trilogia de Fígaro. Antes, no entanto, o compositor austríaco ChrysostomusWolfgangusTheophilus Mozart (1756-1791) lançaria, em pleno século 18, a segunda parte desta trama, cujo foco é a vida e o casamento do barbeiro com sua amada Susanna. A conhecida Le Nozze di Figaro (As Bodas de Fígaro) é uma ópera-bufa (humorística, com personagens burlescos) composta por este gênio da música que satiriza os costumes da nobreza da época (1785) e fala dos preparos e contratempos de um casamento pra lá de engraçado. A obra se faz atual e repercute em espetáculos pelos palcos mundo afora.

Agora, é Brasília que vai receber uma montagem feita por artistas radicados na capital e convidados que, juntos, deram para As Bodas de Fígaro de Mozart uma nova versão repaginada e original. Teatro, dança,  orquestra de câmara e ópera se unem nesta montagem, que envolve mais de 20 pessoas ligadas à arte, dentre músicos, atores e corpo de baile. O espetáculo estará em cartaz nos dias 29 de novembro (quarta-feira), 1º (sexta-feira) e 2 (sábado) de dezembro, sempre às 20h, no Teatro Eva Herz da Livraria Cultura do shopping Iguatemi (Lago Norte).

De uma ópera de mais de 3h de duração, a apresentação será feita, desta vez, em 1h30. Mas o contexto da obra de Mozart permanece a rigor. A sinopse fala do casamento de Fígaro com a criada Susanna, esta desejada e assediada pelo Conde de Almaviva. A trama se passa no dia do matrimônio e critica os costumes da época de uma forma leve e cômica, já que o tom burlesco é preservado. “Naquela época, as virgens criadas eram obrigadas a se deitarem com o nobre patrão. Queremos trazer a ópera para perto do público. Por isto, reduzimos a história, mas sem alterar a versão original. E a comédia é um gênero que agrada. Esperamos que todos riam e se envolvam com este clássico de Fígaro”, pontua Renata Dourado, produtora do espetáculo e intérprete da personagem Susanna.

Para preservar a história, os cantores vão cantar em italiano. Legendas em português serão passadas no telão para a compreensão do público. As Bodas de Fígaro é uma realização da Secretaria de Cultura do Distrito Federal com o patrocínio do FAC – Fundo de Apoio à Cultura. O espetáculo foi idealizado e produzido pela Cia de Cantores Líricos de Brasília, sendo a primeira ópera contemplada pelo edital do FAC que conta com um corpo de bailarinos no elenco. Para a preparação das Bodas de Fígaro, a coreógrafa Rosa Marina Benevides valeu-se da dança contemporânea como estilo. Os figurinos também ganham tons burlescos com a assinatura de Stéphany Dourado.

 

Sátira em cena

“O fidalgo passa por Sevilha e me reconhece. Cuido do casamento dele e, como recompensa por ter conseguido através do meu esforço a sua esposa, ele decide ficar com a minha. Ah não, senhor Conde. Não vai conseguir o que quer!”. Estre trecho, uma fala de Fígaro, explica um pouco a trama, que envolve ainda personagens como Cherubino, o pajem dos condes que, assim como na versão de Mozart, é uma personagem travestida. A atriz e soprano Érika Kallina dá vida a Cherubino. O barítono Gustavo Rocha vive o protagonista Fígaro. Ainda, Luciana Tavares interpreta a condessa; Fellipe Oliveira, o Conde. E Susanna, a mulher de Fígaro, é interpretada por Renata Dourado.

As músicas também prometem encantar nesta versão, que contará com uma orquestra de câmara e piano. Se Vuol Ballare, cantada pelo personagem Fígaro; Voi Che Sapete, por Cherubino; Dove Sono, pela condessa; DehVieni Non Tardar, por Susanna, compõem o repertório. Apesar desta ópera ter sido composta antes da famosa O Barbeiro de Sevilha, de Rossini, a versão de Mozart apresenta a continuação da obra adaptada pelo compositor do século 19.

Ficha técnica

Elenco:

Conde – Fellipe Oliveira (Maceió)

Condessa – Luciana Tavares (Belém)

Fígaro – Gustavo Rocha

Susanna – Renata Dourado

Cherubino – Érika Kallina

Marcellina – AidaKellen

Barbarina – Isabel Quintela

Bartolo – Hugo Lemos

Basílio – Francisco Bento Junior

Antonio: Thiago Rocha

Corpo de Baile:

Juliana Ramalho

Marina Vidal

Antônio Lucas

John Seabra

Yan Lira

Instrumentistas:

I Violino – Ivan Quintana

II Violino – Marcos Reis

Viola – Marie Novion

Violoncelo – Augusto Guerra Vicente

Piano – Rafael Ribeiro

Ficha Técnica:

Coreografia: Rosa Benevides

Direção Musical: Maestro Ricardo Sousa-Castro

Direção Cênica: Francisco Frias

Cenógrafo: Sérgio Ricardo

Figurinista: Stéphany Dourado

Iluminação: Trupe do cerrado

Produção: Renata Dourado

Realização: Cia de Cantores Líricos de Brasília

Assistente de produção: Érika kallina

Maquiagem: Patrícia Ixii

Fotografia: Karol Kanashiro

Designer: Karol Kanashiro

Assessoria de imprensa: Baú Comunicação Integrada

Serviço

As Bodas de Fígaro

Dias 29/11 (quarta-feira), 1/12 (sexta-feira) e 2/12 (sábado)

Horário: 20h.

Local: Teatro Eva Herz da Livraria Cultura do shopping Iguatemi (Lago Norte).

Ingressos: R$ 20 (inteira). Ingressos à venda no site Ingresso Rápido e na bilheteria da Livraria Cultura.

Informações: 2109-2700.

Classificação: Não recomendado para menores de 12 anos.

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Fabiana Ceyhan

Jornalista por formação, Professora de Inglês (TEFL, Teaching English as a Foreigner Language). Estudou Media Studies na Goldsmiths University Of London e tem vasta experiência como Jornalista da área internacional, tradutora e professora de Inglês. Poliglota, já acompanhou a visita de vários presidentes estrangeiros ao Brasil. Morou e trabalhou 15 anos fora do país.