Inclusão também é tema de ministros árabes no G20

Participando de encontro em São Paulo, o ministro das Finanças do Egito defendeu políticas de proteção social e o ministro de estado dos Emirados falou sobre inclusão financeira. Fernando Haddad quer cooperação internacional para que super-ricos paguem “justa contribuição em impostos”.

São Paulo – A tônica social dada pelo ministro da Fazenda do Brasil, Fernando Haddad, ao encontro de ministros das finanças e de chefes de bancos centrais do G20 também esteve presente nos discursos de algumas autoridades árabes presentes na reunião, na capital paulista. O ministro das Finanças do Egito, Mohamed Maait (foto acima), pediu cooperação para apoiar esforços de proteção social e o ministro de estado dos Assuntos Financeiros dos Emirados Árabes Unidos, Mohamed Hadi Al Hussaini, falou de promoção da inclusão financeira.

Egito e Emirados Árabes Unidos não fazem parte do G20, mas participam das discussões na capital paulista como convidados. O único país árabe que integra o grupo das maiores economias do mundo é a Arábia Saudita. Segundo informou o Ministério das Finanças da Arábia Saudita na quarta-feira (28), o ministro das Finanças do país, Mohammed Al-Jadaan, chefiaria a delegação saudita na Trilha das Finanças do G20 em São Paulo.

Segundo a Emirates News Agency, agência de notícias estatal dos Emirados Árabes Unidos, na participação no G20, Al Hussaini destacou o compromisso do seu país em promover a inclusão financeira para reduzir as desigualdades, citando o lançamento, no ano passado, do programa Transformação da Infraestrutura Financeira (FIT) para acelerar a digitalização dos serviços financeiros, a liderança regional dos Emirados na área e a adesão à Parceria Global para a Inclusão Financeira (GPFI). A GPFI é uma plataforma de inclusão financeira do G20, que considera essa integração um pilar do desenvolvimento.

Entre outros temas, o ministro dos Emirados Árabes também falou sobre os desafios do crescimento econômico mundial no médio prazo e enfatizou o papel que os instrumentos inovadores podem desempenhar para aumentar o financiamento para o desenvolvimento, incluindo mecanismos como os títulos verdes e os sukuks. Esses últimos são títulos financeiros operados segundo a lei islâmica. Os Emirados já participaram de outras edições do G20.

Segundo informações divulgadas pelo Ministério das Finanças do Egito, em sessão do G20, Maait disse que os países em desenvolvimento estão lutando em todas as frentes para garantir as necessidades dos seus cidadãos em meio a uma onda inflacionária e que nesses tempos difíceis a cooperação internacional se impõe. Ele relatou os investimentos em proteção social implementados pelo Egito desde a crise da covid-19, disse que as economias emergentes precisam de apoio dos vários bancos de desenvolvimento e que os países devem implementar políticas econômicas que levem em conta a dimensão social.

Em discurso nesta quinta-feira no G20, o ministro brasileiro Fernando Haddad disse que a presidência do grupo, que está a cargo do Brasil até o final de novembro deste ano, buscará construir uma declaração sobre tributação internacional até a reunião de ministros de Finanças e chefes de bancos centrais de julho no Rio de Janeiro. Ele falou que soluções efetivas para que os super ricos paguem uma justa contribuição em impostos dependem de cooperação internacional.

Em passagem pela capital paulista, o ministro egípcio Mohamed Maait participou na quarta-feira de um jantar oferecido pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira, no qual estiveram o CEO e secretário-geral da entidade, Tamer Mansour, o vice-presidente Administrativo, Daniel Hannun, o diretor tesoureiro, Nahid Chicani, o vice-presidente de Relações Internacionais, Mohamad Orra Mourad, e a cônsul comercial do Egito em São Paulo, Nashwa Bakr.

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Fabiana Ceyhan

Jornalista por formação, Professora de Inglês (TEFL, Teaching English as a Foreigner Language). Estudou Media Studies na Goldsmiths University Of London e tem vasta experiência como Jornalista da área internacional, tradutora e professora de Inglês. Poliglota, já acompanhou a visita de vários presidentes estrangeiros ao Brasil. Morou e trabalhou 15 anos fora do país.