Hungaros celebram em Brasília a data nacional do país

 O Embaixador  Hungria Sr. Zoltán Szentgyörgyi recebeu convidados na sede da embaixada, ontem 24 de outubro para  a ocasião da  Data Nacional do país.O diplomata assumiu o posto recentemente mas já fala português com fluência e ressaltou o interesse de seu país nas relações com a toda  America latina e Brasil. Na recepção estiveram  presentes  vários  embaixadores e diplomatas de missões estrangeiras e brasileiros simpatizantes da cultura húngara.

Informações e Data Nacional

A Hungria é um país localizado na Europa Central, especificamente na Bacia dos Cárpatos. Faz fronteira com a Eslováquia ao norte, Romênia ao leste, Sérvia ao sul, Croácia a sudoeste, Eslovênia a oeste, Áustria a noroeste e Ucrânia a nordeste. A capital do país é a cidade de Budapeste. O País é membro da União Europeia, da OTAN, da OCDE, do Grupo de Visegrád e do Espaço Schengen. A língua oficial é o húngaro, que é a língua não indo-europeia mais falada na Europa.

Após séculos de sucessiva ocupação de celtas, romanos, hunos, eslavos, gépidas e ávaros, a Hungria foi fundada no final do século IX pelo grão-príncipe húngaro Árpád durante o Honfoglalás (“conquista da pátria”). Seu bisneto Estêvão I subiu ao trono no ano 1000, quando converteu o país para um reino cristão. Até o século XII, a Hungria era uma potência média no mundo ocidental, alcançando seu auge no século XV. Após a Batalha de Mohács, em 1526, e de cerca de 150 anos sob ocupação otomana (1541-1699), a Hungria ressurge sob o domínio dos Habsburgos e, mais tarde, formou uma parte significativa do Império Austro-Húngaro (1867-1918).

Suas fronteiras atuais foram estabelecidas pela primeira vez pelo Tratado de Trianon (1920) após a Primeira Guerra Mundial, quando o país perdeu 71% de seu território, 58% da sua população e 32% dos húngaros étnicos. Após o período entre guerras, a Hungria aderiu às Potências do Eixo na Segunda Guerra Mundial, quando sofreu danos significativos. A Hungria ficou sob a esfera de influência da União Soviética, o que contribuiu para o estabelecimento de uma ditadura comunista que governou o país por quatro décadas (1947-1989). O país ganhou ampla atenção internacional por conta da Revolução de 1956 e da abertura parcial de sua fronteira anteriormente restrita com a Áustria, em 1989, o que acelerou o colapso de todo o Bloco de Leste.

Em 23 de outubro de 1989, a Hungria tornou-se novamente uma república parlamentar democrática e atualmente tem uma economia de alta renda, com um alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). O país também é um destino turístico popular, atraindo cerca de 10 milhões de visitantes por ano. A Hungria abriga o maior sistema de fontes termais e o segundo maior lago termal do mundo (Lago Hévíz), o maior lago da Europa Central (lago Balaton) e as maiores pastagens naturais do continente europeu (o Parque Nacional de Hortobágy).(José Coury Neto- texto)

 

José Coury Neto – Coordenadoria de Comunicação Social

Discurso do Embaixador da Hungria Sr. Zoltán Szentgyörgyi

por ocasião da Data Nacional – 24/10/2018

Senhoras e Senhores, Excelentíssimos Embaixadores e membros do Corpo Diplomático, queridos amigos, boa noite!

É uma grande honra para mim saudá-los aqui na Embaixada da Hungria por ocasião da  celebração nossa Data Nacional, a minha primeira como Embaixador da Hungria no Brasil. Tentarei a minha sorte de falar português apesar de não ter falado ou praticado esta língua por 25 anos. Primeiramente, eu gostaria de compartilhar com vocês uma curiosidade. Há alguns minutos, no começo do meu discurso, vocês ouviram não os hinos nacionais, mas a “Abertura Egmont” de Beethoven.

A explicação nos leva ao coração da história húngara, durante a revolução de 1956.O que celebramos no dia 23 de outubro é o aniversário da nossa Revolução de 1956, pela memória dos heróis que deram suas vidas ao lutar contra um regime autoritário comunista e contra as tropas soviéticas que estavam presentes em nossa pátria. A Abertura Egmont tem uma significância simbólica. No primeiro dia da revolução houve violentas batalhas perto e dentro do edifício da Rádio, e por isso foi impossível continuar a transmissão. Somente um carro de transmissão funcionava, pois estava estacionado próximo ao edifício do Parlamento Húngaro. Os técnicos não tiveram outra opção senão buscar discos de música clássica no edifício do Parlamento para não parar a transmissão da rádio. Eles conseguiram encontrar somente dois discos. O hino húngaro e a Abertura Egmont de Beethoven. Esta última foi tocada várias vezes durante a revolução e automaticamente tornou-se um de seus símbolos. 1956 é o ano em que o povo húngaro decidiu não aguentar mais. Eles foram para a rua e lutaram contra os tanques soviéticos com suas próprios mãos, em menor número e com menos recursos. Os sobreviventes desta geração que lutou nas ruas de Budapeste ainda estão conosco. Alguns deles, aqui no Brasil. Mas nós estamos no presente e nós estamos no Brasil. Permitam que eu diga algumas palavras sobre a nossa estratégia para a América Latina e sobre a nossa relação bilateral com Brasil.

A Hungria alargou a sua presença no continente. Há mais ou menos 10 anos nós focávamos  unicamente em Brasil, Argentina, México e Cuba. Nos últimos anos abrimos ou reabrimos embaixadas no Equador, Colômbia, Peru e Chile, estamos presentes hoje no Uruguai e no Panamá e reabrimos o nosso consulado geral em São Paulo. Nós realizamos em Budapeste o Fórum da América Latina bianualmente com temáticas diferentes a cada encontro. No ano que vem o tema principal será água e a pesquisa no campo da agricultura. No que diz respeito às relações bilaterais, nós, juntamente com os nossos amigos brasileiros, queremos investir no futuro. Mas o que é esse futuro? Para nós, o futuro são as nossas crianças, nossos jovens, nossos estudantes. A Hungria decidiu oferecer 250 bolsas de estudo de graduação
e pós-graduação para estudantes brasileiros, concedidas anualmente pelo Estado Húngaro. Os primeiros frutos desse investimento já são palpáveis. Os reitores de duas grandes associações de Universidades Brasileiras (ABRUEM e Grupo Coimbra) organizaram congressos e visitas em Budapeste. Quanto ao intercâmbio comercial entre os dois países, também damos passos à frente. Os primeiros sete meses de 2018 mostraram um crescimento de 19%. Não quero me alongar em meu discurso, afinal quero que vocês disfrutem dessa linda noite e de nossa hospitalidade. Estou muito feliz em recebê-los, queridos amigos e amigas da Hungria. Nós começamos com o hino da revolução, a Abertura Egmont. Então, ouçamos agora os hinos nacionais do Brasil e da Hungria.

 

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Fabiana Ceyhan

Jornalista por formação, Professora de Inglês (TEFL, Teaching English as a Foreigner Language). Estudou Media Studies na Goldsmiths University Of London e tem vasta experiência como Jornalista da área internacional, tradutora e professora de Inglês. Poliglota, já acompanhou a visita de vários presidentes estrangeiros ao Brasil. Morou e trabalhou 15 anos fora do país.