Entrevista com o Brigadeiro Atila Maia “Chegamos a um ponto crítico da nossa história, em que não é mais possível a permanência dos velhos sistemas e hábitos políticos”

Brigadeiro Atila quando foi o Chefe da Representação do Brasil na Junta Interamericana de Defesa em Washington-DC

1-Prezado Brigadeiro Átila Maia, em tempos políticos tão difíceis, o senhor surge com novas ideias e propostas, por gentileza explique para nossos eleitores sobre a sua intenção em se candidatar à Presidência da República.

Como disse Rui Barbosa, ”De tanto ver triunfar as nulidades”… Há décadas o Brasil vem sendo dirigido por pessoas totalmente despreparadas, sem qualificação e incapazes para fazer gestão pública. Ao olhar para o futuro, verifica-se que as possibilidades de candidatos seguem a mesma linha.

Chegamos a um ponto crítico da nossa história, em que não é mais possível a permanência dos velhos sistemas e hábitos políticos. Uma nova rota é necessária, não podemos parar. É hora de joeirar. Para nos adequar às mudanças, devemos estabilizar na alta velocidade do voo, conforme ele se apresenta, produzindo este fenômeno técnico e telúrico de contração do mundo.

A tecnologia moderna é muito superior àquela do passado. Assim, na superfície, paradoxalmente, o Brasil se move muito mais rápido – na velocidade da luz, quanto mais cresce a rapidez, mais decresce a liberdade. A incapacidade de percepção dessa velocidade não é uma libertação da sujeição geopolítica, e sim o extermínio do espaço como campo de liberdade de ação política.

Essa perda de espaço implica em governar apenas o tempo. Logo, essa condição se reproduz no atual processo eleitoral, já marcado pela ausência de nomes com perfis diferentes. Haverá, portanto, uma ruptura com a velha prática, para que, dessa decomposição, germinem as novas lideranças.

Sobre as ruínas do passado nefasto, surgirá nova classe de dirigentes que, para executar a governança, se valerá do primeiro e do último poder – o da antecipação, para não mais permitir o sacrifício da população. A desesperança, a dor, as incertezas e o medo darão lugar a um tempo de crescimento, de progresso, de realizações e de serenidade em todos os níveis.

A atividade que precede a execução de qualquer tarefa é o preparo. Assim, com o olho no retrovisor, após 45 anos de preparo e experiência, hoje sei como foi importante esse aprendizado, pois, por meio dele, conheci as maiores virtudes e impurezas da vida na caserna, nas hostes políticas, na iniciativa privada e nas organizações internacionais sem, no entanto, me contaminar com as fraquezas humanas. Sem envolvimentos com esquemas de corrupção ou rachadinha e sendo, portanto, ficha limpa, resolvi colocar meu nome à disposição do Partido Trabalhista Brasileiro – PTB, para a corrida presidencial de 2022.

2-Qual a leitura que o senhor faz da situação atual no Brasil e quais as mudanças que o senhor acredita que devem ser adotadas para uma melhora geral?

Os dias nesta bruma cinzenta, em que vivemos no Brasil, traduzem a lastimável situação que a política, de baixíssima qualidade, nos levou. Um momento muito difícil, pois parece não existir vida além dos extremos à direita e à esquerda. Quem não se declarar bolsomínion é petista! Um verdadeiro apartheid à brasileira, fomentado por néscios de personalidades egóicas, que vêm ensejando a população a uma guerra fratricida. O momento requer serenidade.

Além disso, basicamente duas circunstâncias me chamam a atenção: a primeira é a total falta de liderança nos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, pois seus respectivos chefes enquanto brincam de liderar, brigam entre si; e a segunda, outro erro que se perpetua ao longo da história, é a de fazer gestão legislando. Entendo que a atuação de cada gestor deve estar limitada à sua função institucional.

Respondendo objetivamente, cada um de nós, eleitor, precisa aprimorar, depurar e melhorar os nossos critérios de escolha, como já o fazemos quando selecionamos qualquer outro profissional. Por que não para escolhermos o Presidente da República?

Esta simples atitude já possibilitaria a posse no cargo de alguém com alguns atributos de liderança. No mais, basta ao gestor escolhido colocar cada um em seus devidos lugares: um executa, o outro legisla e o terceiro julga. Tudo pode ser harmonizado com diálogos que produzirão, como fruto, um pacto de gestão entre os Três Poderes, em benefício do Povo.

3-Como o senhor avalia o papel da imprensa na democracia brasileira?

Com direitos constitucionais garantidos, a imprensa é considerada por muitos estudiosos o quarto poder. Seu papel é informar à população sobre os acontecimentos de interesse público. É se colocar a serviço da edificação moral e não apenas da sensação que nivela os homens pelo inferior, que conduz e domina a opinião pública, que amputa os valores individuais e a dignidade pessoal.

É fato, a grande influência que a imprensa exerce sobre as pessoas. Entretanto, algumas das suas organizações, em muitos momentos, vê-se extrapolada sua função de bem informar, de maneira isenta, especialmente, quando se presta a divulgar notícias falsas, produzidas e veiculadas com o único objetivo de confundir e enganar a população.

Para garantir liberdade total e cobrar responsabilidade, vamos criar um sistema de monitoramento por entidades mistas integradas pelos veículos de comunicação e representantes da sociedade civil e do governo federal, para que o consumidor seja conquistado pela qualidade do produto divulgado, pelo respectivo valor, e não pela propaganda enganosa.

Além disso, pretendo introduzir política com mecanismos a despertar a conscientização à população, que envolva tanto a imprensa quanto o Poder Público, mediante a educação dos cidadãos, em bases de profundo respeito pelas diferenças e pela sua identidade, bem como de estimular o espírito crítico que lhe é inerente.

Identificamos, também, a necessidade de mecanismos de defesa contra problemas decorrentes da comunicação digital, com vistas à identificação e à responsabilização a perfis disseminadores de informações inverídicas. Só assim será possível assegurar o pleno exercício da democracia no Brasil.

4-Por gentileza use este espaço para expor suas ideias e planos.

A definição de quem será candidato à Presidência da República acontece por ocasião das convenções partidárias, que só ocorrem 45 dias antes do dia das eleições. É um tempo exíguo para fazer campanha e elaborar um plano de governo. Nenhum candidato consegue, em tão pouco tempo, elaborar programa de gestão e fazer campanha nesse curto período. Para que o eleitor tenha opção de escolha, meu plano de gestão foi iniciado em 12 de dezembro de 2019 e estará concluído até junho de 2022.

Ao divulgar minhas cartas-compromisso, temos dois propósitos: o primeiro é identificar as metas e traçar um caminho; o segundo é inseri-las ao meu Plano de Gestão, que vem sendo construído por muitas mãos, com base nas carências levantadas e colhidas junto à população nos mais longínquos rincões do Brasil. Sem compromisso, jamais poderemos empreender grandes mudanças; sem metas, caminharemos às cegas.

Logo, uma vez que este Programa de Gestão tenha sido chancelado pelo sufrágio universal, em 2022, não há mais o que se discutir, basta implementar aquilo que foi desenvolvido e planejado, a partir dos anseios da população.

Biografia do entrevistado, Brigadeiro Atila Maia:

Ainda muito jovem teve em seu pai o primeiro personal trainer da sua vida. Este o colocava frequentemente sentado em uma cadeira e o orientava a pensar. Dessa forma, desenvolveu habilidades para pensar em assuntos abstratos, fato que muito contribuiu na sua formação científica e profissional, desde seu ingresso na Academia da Força Aérea Brasileira em 1975. Como piloto militar, atuou na aviação de caça e de reconhecimento.

Em 1988, iniciou as atividades na Aviação Civil, mantendo-se ativo no sistema por mais de vinte anos, tendo inclusive realizado o curso de Direito Aeronáutico e chefiado o Destacamento Regional de Aviação Civil de Curitiba – PR. Proferiu palestras, escreveu monografias e artigos, participou e organizou congressos e seminários internacionais sobre aviação civil, em diferentes lugares no mundo e, ainda, realizou centenas de voos de verificação nos estados: BA, DF, GO, PE, PR, SC e SP.

Além disso, em 1989, trabalhou como Assessor Parlamentar, representando a Base Aérea de Florianópolis, junto à Assembléia Legislativa do Estado de Santa Catarina. Na sequência, colaborou em várias campanhas eleitorais, desde as de presidente da República até as de vereadores, em quase todas as unidades da Federação, com o objetivo de conhecer, de forma aprofundada, o processo eleitoral.

Ainda em 1989 foi transferido para uma Unidade Aérea, onde chefiou a Manutenção e foi o Oficial de Operações do Esquadrão, responsável pela operação das aeronaves bandeirante e learjet, até meados de 1992. Como piloto totalizou mais de 6.000 horas de voo, no posto de comando, em mais de uma dezena de diferentes aeronaves.

Onze anos depois de sua primeira experiência no parlamento estadual, chegou ao Congresso Nacional, como Assessor Parlamentar do Comando da Aeronáutica. Por ocasião desta oportunidade, conheceu todo o processo legislativo e os bastidores da tramitação dos projetos de lei tanto na Câmara quanto no Senado Federal.

Em 2003, fez o Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia, da Escola Superior de Guerra, onde apresentou uma monografia sobre Política, que serviu de referência para vários outros trabalhos de estudantes de doutorado, mestrado e de pós-graduação nas escolas militares, no Ministério das Relações Exteriores e na UNB.

Ao retornar para Brasília, em 2004, foi Assessor Especial do Ministro-Chefe da Secretaria de Coordenação Política da Presidência da República.Concluindo, assim, todo o circuito de tramitação dos projetos de lei no Brasil. Em seguida, retornou à Força para chefiar a Assessoria Parlamentar da Aeronáutica, por três anos.

Por fim, nos últimos dois anos, na vida militar, como Oficial General, atuou na política internacional, interagindo com 31 representantes dos Estados-Membros da Junta Interamericana de Defesa, sendo o Chefe da RBJID –  Representação do Brasil na JID e, ainda,atuou como Assessor da Missão Permanente do Brasil junto à OEA – Organização dos Estados Americanos, em Washington-DC.

Em 2012, assumiu o cargo de Secretário-Executivo (vice-ministro) do Ministério da Pesca e Aquicultura – MPA, ocasião em que contribuiu para o bom desempenho daquele importante segmento produtivo e, ainda, várias vezes assumiu a Pasta, substituindo o titular do cargo. 

Com o olho no retrovisor, hoje sabe como foi importante esse aprendizado, pois, por meio dele, conheceu as maiores virtudes e impurezas da vida na caserna, nas hostes políticas, na iniciativa privada e nas organizações internacionais sem, no entanto, se contaminar com as fraquezas humanas.

Preocupado em deixar sua contribuição para a humanidade publicou, em junho de 2015, sua primeira obra literária – Enfrentar: A única possibilidade, pela Thesaurus Editora, que tem por objetivo maior contribuirpara a superação dos grandes problemas que afligem os seres humanos.

Em 2017 assumiu a função de Assessor Especial do Presidente da Comissão de Minas e Energia na Câmara dos Deputados. Nessa ocasião a CME apresentou seu melhor desempenho no que se refere à apreciação de matérias do setor energético e de mineração.

Disputou a eleição de 2018 no Distrito Federal, para o cargo de Senador e obteve a expressiva votação de 135.573 votos, com a despesa de apenas R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos reais), pelo Partido Renovador Trabalhista Brasileiro – PRTB. Hoje está filiado ao Partido Trabalhista Brasileiro-PTB.

Hoje, após 45 anos de preparo ininterrupto, considera-se pronto para assumir o desafio de ocupar posições de relevância na gestão pública no Governo Federal, como a Presidência da República e, assim, apresenta-se confiante de que não lhe faltará apoio para o exercício desse novo desafio que surge na sua vida.

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Fabiana Ceyhan

Jornalista por formação, Professora de Inglês (TEFL, Teaching English as a Foreigner Language). Estudou Media Studies na Goldsmiths University Of London e tem vasta experiência como Jornalista da área internacional, tradutora e professora de Inglês. Poliglota, já acompanhou a visita de vários presidentes estrangeiros ao Brasil. Morou e trabalhou 15 anos fora do país.