Biblioteca digital França-Brasil busca ampliar acervo para potencializar estudos entre os dois países

Site ultrapassa fronteiras e democratiza o acesso aos documentos históricos

A biblioteca digital França-Brasil disponibiliza mais de 2 mil artigos e documentos históricos que revelam cinco séculos das relações entre os dois países. O portal atualmente tem a participação de cinco bibliotecas do Brasil, da Guiana Francesa e da França.

Você pode conhecer clicando AQUI.

Considerada um projeto pioneiro para sua época, a biblioteca digital França-Brasil foi criada em 2009 pelas bibliotecas nacionais dos dois países. No início, o portal bilíngue era hospedado no site da Fundação Biblioteca Nacional brasileira (FBN). Em 2018, o portal foi remodelado, ampliado e modernizado, passando a ser hospedado no site da Biblioteca Nacional Francesa (BNF), na seção Patrimônios Compartilhados.

Cinco anos depois da nova versão, chegou a hora de fazer um balanço. Pela primeira vez, todos os parceiros da plataforma participam de uma reunião híbrida e bilíngue nesta terça-feira. Para Maud Lageiste, responsável científica do site França-Brasil e pelos acervos em língua e literatura em português da BNF, o portal ganha entre mil e 2 mil novos visitantes a cada ano e o balanço é “muito positivo”.

“Em 2022, houve 14 mil visitas ao site. Então, acho que a reorganização técnica do site foi favorável”, diz Maud Lageiste.

Maud LAGEISTE © Arquivo pessoal

Com o tempo, o site ganhou novos usuários e também novas bibliotecas parceiras. Agora, além das bibliotecas nacionais brasileira e francesa, o portal disponibiliza documentos históricos digitalizados do acervo de mais três bibliotecas: a Sainte-Geneviève de Paris, a Caribe-Amazônia da Guiana Francesa, e a Brasiliana Guita e José Mindlin (BBM), no Brasil. Ampliar ainda mais essas parcerias é uma das metas principais do site.

A ideia realmente é buscar novos documentos, fazer uma seleção, a digitalização e a inclusão desses novos documentos sob custódia dos parceiros”, detalha Otavio Alexandre Oliveira, coordenador da Biblioteca Nacional Digital Brasileira (BNDdigital-FBN).

Ele declara que espera aprofundar essa cooperação, “se envolvendo mais com conteúdos, dando opiniões e tratando de eixos [temáticos] também”. A biblioteca digital é organizada atualmente em quatro eixos temáticos: “Momentos Chaves”, “Correntes Transatlânticas”, “Literatura e Circulação de Ideias”, “Artes, Ciências e Técnicas”. E Oliveira pretende apresentar novos eixos.

Potencializar estudos franco-brasileiros

A Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin, ligada à Universidade de São Paulo (USP), participa do portal França-Brasil desde 2020, disponibilizando seu acervo digital composto por livros raros sobre o Brasil, do século 16 até o início do século 20. A parceria trouxe maior visibilidade para os conteúdos da BBM e facilitou o acesso para usuários e estudantes da USP aos documentos do site França-Brasil e também da Galica, a biblioteca digital da BNF.

Novos acervos e parceiros ampliariam a oferta de conteúdos do portal França-Brasil, que interessa tanto ao público em geral como aos estudantes e aos especialistas das relações franco-brasileiras. A proposta é ampliar os estudos sobre os dois países.

“A ideia é complementar os acervos de maneira a potencializar as possibilidades de pesquisa, tanto da parte dos pesquisadores da Universidade de São Paulo, no Brasil, quanto da parte dos pesquisadores interessados no Brasil, na França e nas universidades francesas em geral”, afirma João Cardoso, especialista em pesquisa da BBM.

O portal ultrapassa fronteiras e democratiza o acesso aos documentos históricos, mas o site bilíngue não é um concorrente das bibliotecas tradicionais, que disponibilizam um acervo muito maior. Na biblioteca digital, apenas os documentos livres de direitos autorais, isto é, de mais de 70 anos após a morte do autor, estão disponíveis, ressalta Maud Lageiste.

As informações são da Rádio França Internacional.

Compartilhe

Fabiana Ceyhan

Jornalista por formação, Professora de Inglês (TEFL, Teaching English as a Foreigner Language). Estudou Media Studies na Goldsmiths University Of London e tem vasta experiência como Jornalista da área internacional, tradutora e professora de Inglês. Poliglota, já acompanhou a visita de vários presidentes estrangeiros ao Brasil. Morou e trabalhou 15 anos fora do país.