Compromisso com estabilidade e progresso

A celebração destacou o compromisso contínuo de Cameroun com a estabilidade, o desenvolvimento e o progresso. Em seu discurso, o Embaixador Martin Mbeng enfatizou a importância da coesão entre as Forças Armadas, as instituições do Estado e a sociedade como pilares fundamentais para a construção de uma nação unida, pacífica e próspera.

Cooperação Sul-Sul em foco

Além das celebrações protocolares, foram ressaltadas as realizações da Reunião de Alto Nível de Ministros Africanos da Agricultura, que resultou em acordos estratégicos para fortalecer a cooperação Sul-Sul. Este movimento reforça a integração entre países em desenvolvimento, promovendo parcerias mais justas e colaborativas.

Parcerias em educação e cultura

No campo da educação e da cultura, Cameroun tem ampliado suas parcerias com instituições brasileiras. Universidades como Yaoundé I, Ngaoundéré e Garoua mantêm cooperação ativa com instituições brasileiras, como o Instituto Federal do Maranhão, a Universidade Federal da Paraíba e a Universidade Federal do Piauí. Uma das conquistas recentes dessa cooperação foi a inauguração de um Centro de Língua Portuguesa na cidade de Bertoua, demonstrando o empenho mútuo no fortalecimento dos laços culturais e educacionais.

Paradiplomacia: geminação de cidades

No âmbito da paradiplomacia, o Embaixador Martin Mbeng destacou os acordos de geminação firmados entre cidades de ambos os países, como Douala e São Paulo, além de Bafoussam e Campinas. Essas parcerias municipais promovem intercâmbios culturais, econômicos e sociais, ampliando a cooperação bilateral para além dos governos centrais.

Reconhecimento histórico e relação bilateral

Durante a solenidade, foi ressaltado o papel histórico do Brasil no reconhecimento da independência de Cameroun, em 1960, sendo um dos primeiros países a formalizar esse reconhecimento. A relação bilateral, desde então, tem se pautado no respeito mútuo, na solidariedade e na busca por resultados concretos, especialmente nas áreas de educação, agricultura, meio ambiente e cultura.

O representante do governo brasileiro, Antônio Augusto Martins Cesar, diretor do Departamento da África no Itamaraty, reforçou a solidez do relacionamento entre os dois países e destacou a importância de manter o diálogo permanente e a ampliação das parcerias.

A voz da embaixatriz: memória e identidade

Em um discurso carregado de simbolismo, a embaixatriz destacou o papel da memória e das tradições para a construção de identidades. Com profunda sensibilidade, afirmou:

> “A história não é um entretenimento — é herança. É como transmitimos sabedoria, risos e autenticidades.”

Com esse pensamento, convidou os presentes a conhecerem e valorizarem a riqueza cultural, histórica e natural de Cameroun, ressaltando que preservar a memória coletiva é fundamental para fortalecer os laços entre os povos.

Momento simbólico de esperança

O ponto alto da cerimônia foi um momento emocionante protagonizado por uma criança camerounesa que, segurando uma luz simbólica, transmitiu uma poderosa mensagem de esperança. A cena representava a caminhada conjunta dos povos de Cameroun e do Brasil, reforçando a dignidade, a amizade e a construção de um futuro mais brilhante e unido.

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É uma satisfação acolher, em Brasília, meu amigo Xi Jinping e sua delegação.

Hoje retribuímos a hospitalidade com que Janja e eu fomos recebidos em Beijing.

Não fosse pelo fato de que somos presidentes dos dois maiores países em desenvolvimento dos hemisférios oriental e ocidental, muitos diriam que um engenheiro chinês e um torneiro mecânico brasileiro têm pouco em comum.

Por diferentes circunstâncias da vida, ambos conhecemos de muito perto a dor da fome e as mazelas da pobreza.

Transformamos adversidades pessoais na mais profunda determinação de eliminar esses flagelos da humanidade.

O presidente Xi é conhecido por seu dinamismo e grande senso de justiça social. Características que soube transpor para suas gestões.

É com grande admiração que olhamos para os resultados dos programas sociais chineses, que retiraram 100 milhões de pessoas da pobreza em dez anos.

Você tem liderado a China num momento de rápidas e amplas transformações no mundo.

E tem servido de inspiração para as mudanças profundas que a humanidade deve empreender para falar mais de paz do que de guerras; para cooperar mais do que competir; para criar mais do que destruir.

Há 65 anos, um grande sociólogo brasileiro chamou o Brasil de “China Tropical” e antecipou que a presença de nossos países no mundo seria cada vez mais significativa.

Ao celebrar hoje meio século de relações diplomáticas entre Brasil e China, nos tornamos um exemplo de cooperação Sul-Sul.

Mostramos, cada um à sua maneira, caminhos possíveis para o desenvolvimento justo e equitativo.

Nossos países estão alinhados na defesa do Direito Internacional, do multilateralismo, da solução pacífica das controvérsias.

O que China e Brasil fazem juntos reverbera no mundo.

A sinergia que estabelecemos hoje contribuirá de forma ainda mais efetiva para a consecução de nossos objetivos nacionais de inclusão social e de desenvolvimento sustentável.

Senhoras e senhores,

Desejo propor um brinde em homenagem ao companheiro Xi Jinping e aos cinquenta anos de amizade entre China e Brasil, para que possamos continuar trabalhando juntos na construção de uma Comunidade de Futuro Compartilhado por um Mundo mais Justo e um Planeta mais Sustentável.

E levanto um brinde especial à saúde da primeira-dama Peng Liyuan, que hoje celebra seu aniversário.

Viva a China! Viva o Brasil!

Saúde! Ganbêi!

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