Arquivo de hegemonia - Brasília in Foco https://brasiliainfoco.com/tags/hegemonia/ O Jornal Brasilia in Foco cobre todo o mundo diplomático em Brasília Tue, 13 May 2025 12:52:29 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.8.1 https://brasiliainfoco.com/wp-content/uploads/2023/08/cropped-Logo-32x32.png Arquivo de hegemonia - Brasília in Foco https://brasiliainfoco.com/tags/hegemonia/ 32 32 Visita de Lula deve fortalecer ainda mais os laços China-Brasil, América Latina-Caribe – Por Harald Christian Brüning Director at The Macau Post Daily https://brasiliainfoco.com/visita-de-lula-deve-fortalecer-ainda-mais-os-lacos-china-brasil-america-latina-caribe-por-harald-christian-bruning-director-at-the-macau-post-daily/ Tue, 13 May 2025 12:50:44 +0000 https://brasiliainfoco.com/?p=52121 Luiz Inácio Lula da Silva está fazendo uma visita de Estado à China nesta semana que, tenho certeza, não só fortalecerá ainda mais os estreitos laços bilaterais entre os dois países, mas também o relacionamento entre a China e a América Latina, incluindo o Caribe. O 39º chefe de Estado e de governo do Brasil […]

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Luiz Inácio Lula da Silva está fazendo uma visita de Estado à China nesta semana que, tenho certeza, não só fortalecerá ainda mais os estreitos laços bilaterais entre os dois países, mas também o relacionamento entre a China e a América Latina, incluindo o Caribe.

O 39º chefe de Estado e de governo do Brasil (o país sul-americano é uma república presidencialista, na qual o presidente é investido de forte autoridade executiva, o que exclui a possibilidade de um primeiro-ministro) é um ex-metalúrgico e líder sindical conhecido mononimamente como Lula, seu apelido de infância para Luiz, que mais tarde foi acrescentado ao seu sobrenome.

Lula, que completará 80 anos em outubro, pode ser descrito com segurança como um “velho amigo” da China entre os líderes dos principais países do mundo. Ele cumpriu dois mandatos consecutivos de quatro anos à frente do sistema presidencialista bastante robusto do Brasil entre 2003 e 2011 (o máximo de dois mandatos presidenciais consecutivos permitido pela Constituição da República Federativa do Brasil) e voltou a ser presidente desde 2023.

Tanto Lula quanto o presidente Xi Jinping participaram da Desfile do 80º Aniversário do Dia da Vitória na Praça Vermelha de Moscou, entre dezenas de outros líderes mundiais ou seus representantes. O fato de Xi e Lula estarem presentes provou que o Brasil e muitos outros países, principalmente do Sul Global, estão cada vez mais resistindo às tentativas do Ocidente de impor políticas globais, afirmando seu direito à autodeterminação.

Embora os sistemas políticos do Brasil e da China sejam diferentes, eles estão obviamente unidos na defesa dos direitos e interesses do mundo em desenvolvimento, com o objetivo de garantir uma ordem global justa e multipolar após décadas ou mesmo séculos de exploração e marginalização.

Xi e Lula, no entanto, têm uma coisa em comum – ambos são os campeões mundiais do combate à pobreza, pelo que os tenho em alta estima.

Lula e Xi manterão conversações bilaterais em Beijing hoje. Xi também deve discursar na cerimônia de abertura da 4ª Reunião Ministerial do Fórum China-CELAC (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos) em Pequim amanhã, anunciou ontem um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores.

Ministros das Relações Exteriores ou seus representantes dos países da CELAC e chefes de organizações regionais relevantes participarão da reunião, disse o porta-voz.

Os 33 países membros da CELAC têm uma população de 660 milhões de habitantes. A China e os países da CELAC representam um quarto da população mundial. O Sul Global, que inclui a China e a CELAC, tem uma participação de 85%. A aritmética simples mostra que o Ocidente (América do Norte, Europa, Austrália, Nova Zelândia, Japão e Coreia do Sul), com apenas 15% da população global, terá cada vez mais dificuldade para dominar os outros 85% da humanidade por muito mais tempo, por exemplo, tentando impor os valores de sua cultura acordada, inerentemente perturbadora e, em última análise, alienante, à grande maioria da comunidade internacional que tem seus próprios sistemas de valores milenares.

Em uma mensagem de congratulações à 9ª cúpula da CELAC na capital hondurenha, Tegucigalpa, no mês passado, Xi enfatizou que as relações chinesas com o bloco de 33 nações “resistiram ao teste da turbulência internacional e entraram em um novo estágio marcado pela igualdade, benefício mútuo, inovação, abertura e benefícios tangíveis para o povo”.

Xi tem prestado muita atenção aos laços entre a China e a CELAC desde que se tornou presidente em 2013.

“Os verdadeiros amigos sempre se sentem próximos uns dos outros, não importa a distância entre eles”, disse Xi, citando um antigo ditado chinês para caracterizar as relações da China com os países da América Latina e do Caribe.

Desde que se tornou chefe de estado, Xi voou seis vezes através da metade do globo para a América Latina e o Caribe, visitando 11 países da vasta região. “Lá, ele se encontrou com líderes nacionais, testemunhou a assinatura de acordos de cooperação, visitou fazendas locais, tomou café costarriquenho e ganhou uma camisa de futebol argentina com seu nome…”, apontou o escritor Ma Qian, da Xinhua, em um comentário em novembro passado.

Da mesma forma, Lula da Silva tem buscado firmemente melhorar os laços de seu país com a China desde que voltou a morar no Palácio do Planalto (local de trabalho e residência do presidente do Brasil na capital Brasília) no início de 2023.

Embora a China seja o segundo parceiro comercial da CELAC, depois dos EUA, ela é o principal aliado comercial do Brasil desde 2009 – isso é muito tempo! O Brasil exporta principalmente soja e outras commodities primárias para a China, enquanto esta última envia principalmente produtos industriais para seu amigo sul-americano.

O Brasil é um dos 10 membros do Fórum de Cooperação Econômica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, com sede em Macau, também conhecido como Fórum Macau, que foi criado pelo Ministério do Comércio (MOC) em 2003 em conjunto com os países nos quai o português tem status de língua oficial.

O comércio entre a China e a CELAC é bastante diversificado, abrangendo tanto commodities primárias quanto produtos manufaturados, incluindo equipamentos ferroviários, eletrodomésticos, vestuário, calçados, computadores, telefones celulares e uma ampla gama de outros produtos manufaturados fabricados na China, enquanto as exportações dos países membros da CELAC para a China ainda consistem principalmente de matérias-primas e outras commodities. Mas a China não é apenas um comerciante, mas também um grande investidor na América Latina e no Caribe.

A China expandiu significativamente seus investimentos na CELAC nas últimas duas décadas, concentrando-se em infraestrutura, energia, mineração e tecnologia, o que inclui cada vez mais a alta tecnologia. Os economistas estimam que os investimentos da China nos países da CELAC criaram milhões de empregos. Esses investimentos fazem parte da Iniciativa Cinturão e Rota (BRI) da China. A China também se tornou um importante financiador e construtor de infraestrutura na América Latina e no Caribe. A lista de projetos concluídos, em andamento e projetados seria numerosa, portanto, posso mencionar apenas alguns deles, como o Porto de Chancay, no Peru, e o Porto de Moín, na Costa Rica, a proposta da Ferrovia Belém-Rio de Janeiro e o Corredor Bioceânico que conecta o Brasil, o Peru e a Bolívia por ferrovia, Bogotá, Colômbia, Peru e Bolívia por ferrovia, Peru e Bolívia por ferrovia, o projeto do metrô de Bogotá na Colômbia, o Parque Solar Cauchari em grande escala na Argentina e um grande número de parques eólicos no Brasil, as redes 5G da Huawei apesar da pressão dos EUA, a concessão de empréstimos do Banco de Desenvolvimento da China e do Banco Exim no valor de bilhões de dólares americanos.

Os laços comerciais e de investimento entre a China e a CELAC continuam baseados nos princípios fundamentais da Iniciativa Cinturão e Rota (BRI) – “cooperação ganha-ganha”, “benefícios mútuos” e “ganhos compartilhados”.

Esses princípios refletem o compromisso da China de promover a conectividade global, o desenvolvimento econômico e a prosperidade mútua por meio de projetos de infraestrutura, comércio e intercâmbios culturais.

Um artigo recente sobre os laços entre a China e a CELAC, assinado pelo comentarista de assuntos internacionais Xi Pu, apontou que tanto a China quanto a América Latina ostentam símbolos milenares de sabedoria de alguma forma semelhantes – o dragão chinês conhecido como “Lóng” (龙) e a divindade Quetzalcóatl (“Serpente Emplumada”) da Mesoamérica, associada à criação, agricultura (creditada por ter trazido o milho para a humanidade), aprendizado, sabedoria e, por último, mas não menos importante, à civilização. Pesquisadores latino-americanos apontaram as semelhanças míticas entre ambos. Devo acrescentar que, ao contrário do Ocidente, onde os dragões são vistos, em sua maioria, como criaturas malévolas, na China e em outros lugares do Oriente, os dragões são vistos como seres benevolentes e portadores de harmonia.

Bem, buscar sabedoria e harmonia é o que é mais necessário no momento, considerando o estado socioeconômico-político em que este frágil planeta se encontra.

Os principais idiomas dos estados-membros da CELAC são o espanhol, o português e o inglês (este último principalmente como língua franca da região e idioma de comércio, investimento, tecnologia e ciência), além de uma rica variedade de idiomas indígenas.

O Secretário de Administração e Justiça, André Cheong Weng Chon, disse aos legisladores no mês passado que Macau e Hengqin estabelecerão em conjunto um centro de serviços para a cooperação econômica e comercial entre a China e os países de língua portuguesa e espanhola, com previsão de início de operação no segundo semestre deste ano.

Essa é uma ótima notícia no momento certo! Como alguém que teve o trabalho (ou o prazer, dependendo de como você vê) de estudar os dois idiomas, gostaria de salientar que ambos são bastante semelhantes, mas também bastante diferentes. Os dois idiomas ibéricos têm cerca de 90% de similaridade lexical, de modo que são mutuamente inteligíveis em grande parte. Vamos esclarecer o que está em jogo aqui – comunicação prática para facilitar o comércio, o investimento e a cooperação, pois não estamos buscando a grandeza literária aqui.

As escolas e universidades de Macau não devem perder tempo a criar cursos de língua espanhola.

Concordo com o Cônsul-Geral de Portugal, Alexandre Leitão, que afirmou, à margem da cerimónia de sábado que assinalou a abertura dos serviços consulares da República Oriental de Língua Espanhola do Uruguai, que faz fronteira com o Brasil, que o objetivo de Macau de reforçar os seus laços com o mundo de língua espanhola deve ser visto como uma consequência natural do seu esforço contínuo para promover a diversificação adequada da economia local.

Quase 900 milhões de pessoas falam espanhol e português (falantes nativos e não nativos), ou seja, cerca de 11% da população mundial. Isso é enorme.

O Chefe do Executivo, Sam Hou Fai, reuniu-se com o Ministro das Relações Exteriores do Uruguai, Mario Lubetkin, que estava fazendo uma visita de trabalho a Macau no sábado. O encontro certo na hora certa.

A aproximação com o mundo hispânico é pertinente para promover o papel de Macau como plataforma para as relações comerciais e culturais entre a China e o mundo de língua portuguesa e espanhola. Cerca de 30 países e territórios no mundo têm o espanhol e/ou o português (o espanhol e o português são línguas oficiais na Guiné Equatorial, o único país onde ambas as línguas têm status oficial) – trata-se de um enorme mercado em quatro continentes. Vamos fazer bom uso dele, para o benefício de todo o país!

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Tarifas de Trump: Desespero Hegemônico e a Armadilha da Guerra Comercial https://brasiliainfoco.com/tarifas-de-trump-desespero-hegemonico-e-a-armadilha-da-guerra-comercial/ Tue, 08 Apr 2025 10:29:23 +0000 https://brasiliainfoco.com/?p=51610 Luan Scliar Melissa Cambuhy A política de tarifas de Donald Trump, anunciada na última sexta (4), trata menos de uma estratégia econômica e mais um sinal de pânico diante da ascensão irreversível do Sul Global. Ao impor tarifas de maneira indiscriminada sobre 185 países, os EUA enterram sete décadas de multilateralismo[ e revelam seu desespero para […]

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Luan Scliar

Melissa Cambuhy

A política de tarifas de Donald Trump, anunciada na última sexta (4), trata menos de uma estratégia econômica e mais um sinal de pânico diante da ascensão irreversível do Sul Global. Ao impor tarifas de maneira indiscriminada sobre 185 países, os EUA enterram sete décadas de multilateralismo[ e revelam seu desespero para manter uma hegemonia em colapso. O “tarifaço” não apenas repete os erros da Lei Smoot-Hawley (1930), que aprofundou a Grande Depressão, mas também expõe uma agenda sombria: priorizar a indústria bélica em detrimento da paz e dos objetivos de desenvolvimento sustentável.

A Receita do Hudson Institute: Protecionismo para a Guerra

O relatório Reindustrialization: A Strategy for American Sovereignty and Security (Hudson Institute, 2024[2]) é o manual não declarado de Trump. Nele, a autora Nadia Schadlow defende o fechamento seletivo do mercado americano para “proteger setores críticos” — chips, baterias e minerais de terras raras —, todos essenciais para armas de alta tecnologia. A justificativa é a “segurança nacional”, mas o objetivo é claro: reconduzir os EUA ao status militar de outrora, ignorando que cerca de 90% desses insumos são fornecidos pela China. A obsessão com a “reindustrialização bélica” ignora custos sociais e advoga pelo fim de “regras ambientais desnecessárias”. Enquanto o Hudson Institute pede desregulamentação para acelerar minas e fábricas, a Tesla alerta que as tarifas elevam custos de produção, e o Fed prevê recessão. Não se trata de criar empregos, mas de alimentar o complexo industrial-militar, mesmo que isso imploda a economia doméstica.

No mesmo dia do anúncio das tarifas, a China restringiu a exportação de terras raras como samário, gadolínio e térbio — minerais vitais para mísseis, drones e sistemas de defesa. O comunicado do Ministério do Comércio chinês (MOFCOM) é uma resposta direta: sem esses insumos, a indústria bélica americana paralisará em meses. A medida expõe a fragilidade da estratégia de Trump: ao fechar seu mercado, os EUA dependem ainda mais de rivais para sustentar sua máquina de guerra.

Enquanto os EUA se isolam, o Sul Global avança. Os BRICS negociam acordos em moedas locais, reduzindo a dependência do dólar, enquanto a União Africana pressiona por uma zona de livre-comércio continental. Essas iniciativas não são isoladas: são sintomas de um sistema internacional em transição, onde a multipolaridade se consolida à medida que os EUA se enclausuram em políticas ultrapassadas.

As tarifas de Trump aceleram essa fragmentação. Países buscam alternativas, enquanto aliados históricos – como a União Europeia – cogitam boicotes a produtos americanos. O resultado é um cenário onde o comércio global se divide em blocos antagônicos, e os EUA, em vez de líderes, tornam-se espectadores de sua própria decadência. A China, por sua vez, capitaliza o vácuo apresentando um outro horizonte possível: além de controlar terras raras, expande projetos priorizando os grandes investimentos produtivos, como aqueles no âmbito da Iniciativa Cinturão e Rota – a Nova Rota da Seda –, atraindo parceiros abandonados pelos EUA e seu protecionismo jurássico.

A proteção de setores bélicos, como propõe o Hudson Institute, é um projeto suicida. Ao priorizar mísseis em vez de painéis solares, os EUA trocam o futuro por um passado belicoso. As tarifas não “libertam” a América — escravizam-na a uma indústria da morte, dependente de minerais controlados por rivais. Enquanto isso, o Sul Global constrói novas rotas, desafiando a ordem unipolar. Trump não está “tornando a América grande novamente”; está cavando a própria cova.

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Muito além da economia: China e Brasil reforçam laços históricos e estratégicos e parceria promete moldar o futuro do século 21 https://brasiliainfoco.com/muito-alem-da-economia-china-e-brasil-reforcam-lacos-historicos-e-estrategicos-e-parceria-promete-moldar-o-futuro-do-seculo-21/ Sun, 02 Mar 2025 04:44:51 +0000 https://brasiliainfoco.com/?p=51010 O papel estratégico da China no cenário global e as estratégias da gigante asiática no mundo atual com a sua ‘parceria’ com o Brasil A parceria entre China e Brasil é de extrema importância para ambos os países, indo muito além das simples trocas comerciais. A China não é apenas o principal parceiro econômico do Brasil, mas […]

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O papel estratégico da China no cenário global e as estratégias da gigante asiática no mundo atual com a sua ‘parceria’ com o Brasil

A parceria entre China e Brasil é de extrema importância para ambos os países, indo muito além das simples trocas comerciais. A China não é apenas o principal parceiro econômico do Brasil, mas também uma potência emergente que desafia a hegemonia ocidental. Diferente das potências ocidentais, que frequentemente impõem sua visão de mundo, os chineses adotam uma abordagem mais sutil, baseada na paciência e na maturação dos processos ao longo do tempo, de acordo com o site ICL Notícias.

O presidente chinês, Xi Jinping, tem promovido a ideia de uma “Comunidade de Destino Comum”, um conceito que busca unir os povos por meio de interesses compartilhados e desenvolvimento sustentável. Essa visão, diferente da lógica de dominação do Ocidente, tem despertado grande interesse em diversos países, incluindo o Brasil.

O conflito econômico e a possibilidade de uma Nova Ordem Mundial

Nos últimos anos, as tensões geopolíticas entre os Estados Unidos e a China têm se intensificado, principalmente devido às disputas comerciais e tecnológicas. O governo de Donald Trump, por exemplo, destinou 500 bilhões de dólares para o desenvolvimento de chips de Inteligência Artificial, buscando manter a liderança dos EUA nesse setor. No entanto, a resposta chinesa foi avassaladora: o lançamento da plataforma DeepSeek, um sistema de IA avançado com trilhões de algoritmos, acessível e de baixo custo, abalou profundamente as grandes empresas ocidentais.

A supremacia chinesa no setor tecnológico ficou evidente quando, em um único dia, gigantes do mercado perderam mais de um trilhão de dólares em valor de mercado. Esse embate econômico levanta questionamentos sobre o futuro da ordem mundial, especialmente considerando que a China possui tanto a capacidade tecnológica quanto o poderio militar para se tornar a maior potência global.

O que o Brasil pode aprender com a China?

Embora a relação entre Brasil e China seja fortemente baseada no comércio, há muito que o Brasil pode aprender com a cultura e a filosofia chinesa. Diferente do pensamento ocidental, que frequentemente opera na lógica da contradição e da imposição, a China tem uma visão mais integrativa, buscando sempre o equilíbrio entre os opostos.

Essa abordagem é representada pelo conceito de Yin e Yang, que simboliza a coexistência de forças opostas, como masculino e feminino, luz e sombra, ação e contemplação. No Brasil, um país profundamente dividido, essa sabedoria poderia ajudar na construção de uma sociedade mais harmônica e menos polarizada.

Fonte: Clickpetroleoegas

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Lula quer BRICS forte em mundo multipolar: “Não aceitamos subordinação”, diz Celso Amorim https://brasiliainfoco.com/lula-quer-brics-forte-em-mundo-multipolar-nao-aceitamos-subordinacao-diz-celso-amorim/ Mon, 24 Feb 2025 17:55:59 +0000 https://brasiliainfoco.com/?p=50903 Em entrevista exclusiva ao site do bloco, embaixador explica como o Brasil pretende liderar o BRICS em 2025, promovendo a cooperação, a paz e o desenvolvimento do Sul Global Em uma entrevista reveladora ao site do BRICS, nesta segunda-feira (24/2), o assessor-chefe da Assessoria Especial do Presidente da República, Celso Amorim, delineou a estratégia do […]

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Em entrevista exclusiva ao site do bloco, embaixador explica como o Brasil pretende liderar o BRICS em 2025, promovendo a cooperação, a paz e o desenvolvimento do Sul Global

Em uma entrevista reveladora ao site do BRICS, nesta segunda-feira (24/2), o assessor-chefe da Assessoria Especial do Presidente da República, Celso Amorim, delineou a estratégia do Brasil para reafirmar sua posição no cenário global, especialmente sob a presidência do bloco em 2025, um dos eixos de atuação da política externa do governo Lula. Amorim ressaltou que o BRICS é uma plataforma vital para fortalecer o Sul Global, promover a cooperação, buscar a paz e garantir que os países em desenvolvimento tenham uma voz ativa nos principais fóruns multilaterais.

O embaixador afirmou que o Brasil busca a cooperação com diversos blocos e países, incluindo a União Europeia e a China, sem se subordinar a nenhum deles. A mensagem é clara: o Brasil defende a autonomia e os interesses dos países em desenvolvimento. “Ter uma subordinação a um determinado país líder, isso nós não queremos. Nem Ocidente, nem Oriente, Sul Global (é o que defendemos).”

A gênese do BRICS

Na entrevista, Amorim contou que a ideia do BRICS nasceu de uma sugestão do diplomata russo Sergei Lavrov no início dos anos 2000. “Naquela época, não se usava muito essa expressão, mas no início da década de 2000, eu representava o governo brasileiro e o diplomata russo, Sergei Lavrov, realmente me procurou e sugeriu a criação do foro dos BRICS.” O conceito evoluiu de discussões iniciais para a primeira reunião de presidentes em 2009, em Ecaterimburgo, Rússia, um marco fundamental para a consolidação do grupo. Amorim relembra: “Eu acho que a primeira reunião presidencial, em 2009, em Ecaterimburgo, na Rússia… Ali, a gente viu que o agrupamento estava formado.”

Sob o comando do presidente Lula, o Brasil se posiciona como um mediador em conflitos internacionais, buscando a paz através do diálogo com todos os atores, conforme destacou Amorim: “E a liderança do presidente Lula, nesse contexto, é indiscutível na questão de conflitos entre países, o presidente Lula é um pacifista ativo e não só em teoria. Ele age para contribuir para a paz”, pontuou o embaixador.

Amorim compartilhou detalhes de sua missão para dialogar com os presidentes da Rússia e da Ucrânia, a pedido de Lula, reforçando o compromisso do Brasil com a busca pela paz. “A pedido do presidente Lula, fui falar com o presidente russo Vladimir Putin. Fiz uma longa viagem, incluindo uma parte de trem dentro da Ucrânia, para falar com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky. E nós somos procurados. Somos um país da paz. O Brasil odeia a guerra”, definiu Amorim.

O papel crucial do BRICS

Diante da hegemonia dos países ocidentais, Amorim reiterou que o BRICS é fundamental para equilibrar o poder global, sobretudo no momento em que o mundo carece de discussões mais inclusivas sobre temas vitais às instituições multilaterais. “Isso é muito importante porque mostrou para os grandes países ocidentais capitalistas que eles não podem ditar as regras, podem até ter iniciativas, mas vão ter que discutir conosco.”

Para Amorim, a existência do BRICS contribui para o reforço das relações bilaterais entre os países membros. “Nossa relação com a China, por exemplo, aumentou muito porque a China cresceu muito, mas temos hoje uma familiaridade que eu não sei se teríamos se não fosse pelo BRICS.”

Futuro do BRICS

O Embaixador Amorim abordou a questão da expansão do BRICS, os desafios dos países para manter a coesão interna e  incentivar ações coletivas do grupo. “Acho que o BRICS tem que ter uma abertura e os países em desenvolvimento têm que se sentir representados. Mas operacionalmente não pode se expandir indefinidamente porque, para atuar concretamente em questões importantes, tem que manter uma certa coesão.”

Ao fim da entrevista, Amorim transmitiu uma mensagem inspiradora sobre a importância do BRICS para o Brasil e para o mundo: “Minha mensagem é que o BRICS é um grupo de países em desenvolvimento que quer a prosperidade, mas quer a paz também. Acho que a busca principal no mundo que nós estamos vivendo hoje é a busca da paz. Eu acho que o Papa Paulo 6º que disse: ‘o desenvolvimento é o novo nome da paz’. O BRICS é o novo nome do desenvolvimento.”

Fonte: PT no Senado

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Entrada de 9 países no BRICS como parceiros mostra que o grupo ‘oferece um paradigma mais inclusivo https://brasiliainfoco.com/entrada-de-9-paises-no-brics-como-parceiros-mostra-que-o-grupo-oferece-um-paradigma-mais-inclusivo/ Mon, 06 Jan 2025 03:24:06 +0000 https://brasiliainfoco.com/?p=50060 A entrada oficial de Belarus, Bolívia, Indonésia, Cazaquistão, Tailândia, Cuba, Uganda, Malásia e Uzbequistão no grupo BRICS como parceiros a partir de 1° de janeiro de 2025 “representa outro marco” de seu desenvolvimento, afirma o Global Times. Com esta nova expansão do BRICS, o grupo não só ganha maior força econômica, mas também reconfirma o […]

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A entrada oficial de Belarus, Bolívia, Indonésia, Cazaquistão, Tailândia, Cuba, Uganda, Malásia e Uzbequistão no grupo BRICS como parceiros a partir de 1° de janeiro de 2025 “representa outro marco” de seu desenvolvimento, afirma o Global Times.

Com esta nova expansão do BRICS, o grupo não só ganha maior força econômica, mas também reconfirma o seu papel cada vez mais fundamental no avanço da criação de um mundo multipolar, afirma a publicação.

No artigo, Wang Youming, diretor do Instituto dos Países em Desenvolvimento do Instituto Chinês de Estudos Internacionais em Pequim, observa que a inclusão destes nove países como parceiros do BRICS destaca o impulso crescente do movimento global para remodelar uma ordem internacional injusta e desigual, dando prioridade a uma área historicamente relegada como o Sul Global.

“Em resposta à crescente expansão da família BRICS, alguns meios de comunicação ocidentais ficaram ansiosos, especialmente depois da Cúpula do BRICS em Kazan. Por exemplo, o Voice of America [Voz da Américal disse que a reunião ‘destacou as aspirações geopolíticas e as rivalidades com o Ocidente”, disse a artigo sobre o nervosismo de Washington e seus aliados.

No entanto, o Global Times (GT) explica que, apesar do que afirmam alguns meios de comunicação e políticos ocidentais, o BRICS não tem intenção de confronto.

“Eles são uma organização não ocidental, mas não antiocidental. Desde a sua criação, o BRICS articulou claramente o seu papel e missão: não começar do zero, não se envolver em confrontos entre partidos e não procurar substituir ninguém.

Seu modelo de cooperação multilateral evita jogos de soma zero entre as principais potências e oferece um paradigma mais inclusivo para as relações internacionais. Foi esta inclusão que levou muitos países do Sul Global a se apressarem para se candidatar à adesão”, observa o portal.

Nesse sentido, a mídia argumenta que a força motriz por trás desta explosão de interesse no BRICS é “a crescente demanda dos países em desenvolvimento por uma ordem internacional mais justa”, algo lógico considerando que nas últimas décadas o mundo teve que suportar cada vez mais o peso das ações hegemônicas das potências ocidentais.

Em flagrante contraste, salienta o GT, os países do BRICS não só fizeram progressos notáveis no seu próprio desenvolvimento, mas também prosperaram graças a terem a colaboração como eixo e a defenderem a necessidade de uma mudança em direção a um sistema global multipolar.

“Hoje, à medida que os riscos geopolíticos continuam a aumentar, os parceiros do BRICS oferecem aos países do Sul Global uma alternativa mais inclusiva, flexível e resiliente. O BRICS não só oferece oportunidades de cooperação econômica, mas também cria uma plataforma para os países em desenvolvimento terem voz e participar na reforma da governança global”, afirma o artigo.

Nesse sentido, através da plataforma BRICS, o Sul Global pode se libertar da tradicional pressão geopolítica de
“tomar partido” que os priva de mais oportunidades e melhores condições, obtendo maior autonomia em um mundo multipolar, argumenta a mídia.

“Alguns meios de comunicação ocidentais atribuem o risco de divisão global à expansão do BRICS, sugerindo que os países têm de escolher entre se unir e cooperar com o Ocidente. Eles tentam estigmatizar o BRICS como uma arma antiocidental. No entanto, um número crescente a maioria dos países reconhece que o mecanismo não é o que a mídia ocidental descreveu”, afirma o jornal.

Neste sentido, o GT conclui salientando que o BRICS não seguiu o caminho ocidental de formar blocos exclusivos.

Em vez disso, abriu um novo caminho de diálogo e não de confronto, baseado no princípio de “parceria, não alinhamento”.

Fonte: Tribuna do Sertão

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Brics contorna barreiras dos EUA em disputa tecnológica com China https://brasiliainfoco.com/brics-contorna-barreiras-dos-eua-em-disputa-tecnologica-com-china/ Tue, 22 Oct 2024 02:30:34 +0000 https://brasiliainfoco.com/?p=48591 Cúpula começa nesta terça-feira, em Kazan, na Rússia Um dos papéis do Brics é contornar as dificuldades impostas pelos Estados Unidos e seus aliados ao avanço comercial e tecnológica da China. Países que sofrem bloqueios econômicos de potências ocidentais – como Irã e Rússia – também precisam do bloco para contornar a asfixia financeira das […]

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Cúpula começa nesta terça-feira, em Kazan, na Rússia

Um dos papéis do Brics é contornar as dificuldades impostas pelos Estados Unidos e seus aliados ao avanço comercial e tecnológica da China. Países que sofrem bloqueios econômicos de potências ocidentais – como Irã e Rússia – também precisam do bloco para contornar a asfixia financeira das sanções. Enquanto isso, Brasil deve se equilibrar entre os dois principais blocos geopolíticos em disputa para colher benefícios comerciais e tecnológicos.

Avaliação é de especialistas em relações internacionais consultados pela Agência Brasil sobre a 16ª Cúpula do Brics em Kazan, que será realizada na Rússia, entre os dias 22 e 24 de outubro. O encontro deve reunir 23 chefes de Estado. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não participa presencialmente do encontro por ter sofrido um acidente doméstico no último sábado (19). Sua participação deve ocorrer por videoconferência.

Brasília (DF) 18/10/2024 - O professor de direito do comércio internacional da Universidade de São Paulo (USP), José Augusto Fontoura Costa. Foto: José Augusto Fontoura Costa/Arquivo Pessoal

Segundo o professor de direito do comércio internacional da Universidade de São Paulo (USP), José Augusto Fontoura Costa, a China vem sofrendo com sanções econômicas estadunidenses e europeias que tentam barrar o avanço tecnológico da potência asiática.

As medidas incluem proibições de investimentos chineses nos EUA, da exportação de tecnologia avançada para a China, além da campanha para excluir empresas chineses na expansão da internet 5G, de alta velocidade.

“Os Estados Unidos estão em clara guerra comercial com a China para tentar conter o desenvolvimento chinês. Por isso, a China tenta construir um espaço para sua atuação econômica, e isto é uma das coisas que interessa ao Brasil e interessa virtualmente a todos os demais participantes do Brics”, explicou.

O especialista em política internacional destacou que o principal campo de embate entre China e EUA é nos setores de tecnologia de ponta, como chips, foguetes, biotecnologia, medicamentos e química avançada.

“É nesse campo que vai se definir quando e quem vai ser o novo ator hegemônico no mundo, se vai continuar sendo EUA, se a China vai passar ou se vai chegar em um equilíbrio”, comentou.

Formado até então por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o Brics recebeu cinco novos membros neste ano: Irã, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Egito. Além disso, existe a expectativa de novos parceiros serem anunciados.

Imperialismo

A coordenadora do grupo de pesquisa sobre Brics da PUC do Rio de Janeiro, a professora Maria Elena Rodríguez, explicou que é de interesse das potências ocidentais manter o controle sobre as principais tecnologias de ponta.

“Isso ocorre por causa do interesse econômico. Se eu controlo uma tecnologia que ninguém mais tem, todos vão depender de mim, não só economicamente, mas também em termos de necessidades. É uma forma de manter os outros países na dependência. É o que a gente chama de imperialismo e de hegemonia e, quando se trata de tecnologia, há um pouco de colonialismo”, explicou.

A especialista em relações internacionais acredita o Brics deve desenvolver um papel para fortalecer a cooperação tecnológica entre os estados-membros.

Brasília (DF) 18/10/2024 - A coordenadora do grupo de pesquisa sobre Brics da PUC do Rio de Janeiro, a professora de relações internacionais, Maria Elena Rodríguez Foto: Maria Elena Rodríguez/Arquivo Pessoal

“Seguramente os bancos ocidentais, como o Banco Mundial, não têm tanto interesse que os países desenvolvam efetivamente muita tecnologia, mas penso que esse é um papel do Banco dos Brics, que tem ajudada os países a alcançarem níveis de desenvolvimento importantes”, completou Maria Elena.

Para o professor José Augusto, o Brics deve estruturar sistemas de financiamento e de mercados que permitam aos países desenvolverem tecnologias de ponta.

“Pesquisa e desenvolvimento tecnológicos precisam de muito investimento, de uma economia forte e também de mercados para o que você produz e para insumos que o país consome. E existe um razoável alcance de integração econômica entre os Brics. Sem isso, a China não teria condições sozinha de chegar na vanguarda tecnológica. Então, o Brics é fundamental”, concluiu.

Estima-se que o Brics concentre cerca de 36% do Produto Interno Bruto (PIB) global, superando o G7, grupo das maiores economias do planeta com Estados Unidos, França, Reino Unido e Alemanha, que concentra cerca de 30% do PIB mundial. Além disso, o Brics concentra cerca de 42% da população mundial.

Brasil

Na avaliação dos especialistas, o Brasil deve buscar seu espaço no bloco sem, com isso, perder espaço no grupo geopolítico liderado pelos EUA. O professor da USP José Augusto ressaltou que o Brasil deve aproveitar sua relação com a China para avançar em termos tecnológicos. Para o especialista, o país tem tecnologia de ponta em áreas de pesquisa agropecuária, tecnologia aeronáutica, de petróleo e gás, além de construção civil e de hidrelétricas.

“O Brasil não é um vazio tecnológico, temos potencial, mas perdemos muito tempo sem investir adequadamente em desenvolvimento de ciência e tecnologia. Importante mencionar que nosso desenvolvimento tecnológico sempre foi impulsionado pelo Estado por meio de Petrobras, Embrapa e Embraer que, apesar de privada, recebe investimento público”, explicou.

Para a professora da PUC Rio, Maria Elena Rodríguez, o Brasil vem tentando construir uma agenda voltada à tecnologia por meio do projeto de neo-industrialização do governo federal.

“O Brasil está propondo que a China seja um aliado contundente, por exemplo, em tecnologias verdes que vão ajudar o Brasil nesse processo de reindustrialização. Acho que o país está se colocando bastante forte em seus processos de cooperação e fortalecimento dos países do Sul Global”, acrescentou.

Fonte: Agência Brasil

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