Artigo de opinião: Raul de Taunay
Neste domingo resolvi escrever o óbvio: o mundo parou. Numa virada de página, num piscar de olhos, num estalo de dedos, a vida mudou e
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Neste domingo resolvi escrever o óbvio: o mundo parou. Numa virada de página, num piscar de olhos, num estalo de dedos, a vida mudou e
A CPI DOS VERSOS Estas mãos trago-as vazias, não tendo posses, nem rouparias. Em minhas mãos hão há ouro nem prata, nem mesmo as bravatas
ALVOROÇO Eu tenho em mim desertos Que, pelas noites, se debruçam frios, Como lâminas, a fatiar-me o peito. E levo em mim agravos
ANDRAJOS É primavera, tempo de se admirar tesouros sem preço, Pelos caminhos da natureza, os mais belos adereços. A mesma folha caída que no chão
HOMEM Sou uma célula nervosa Um glóbulo em sangramento; Por fora, carne garbosa, Por dentro, luz e tormento. Em verdade, sou a verdade,
OBSTINADO Encontro em mim o que não quero, Chuva, vento, tosse, obrigações; Mesmo em meio aos tubarões, Nada do que anseio a mais espero. Floresce
LIVRO DA VIDA Sinto-me no limiar da eternidade, Onde se julga a cláusula dos tempos, Respiro flores com décadas ao vento E me desvendo
LIVRO DA VIDA Sinto-me no limiar da eternidade, Onde se julga a cláusula dos tempos, Respiro flores com décadas ao vento E me desvendo
Meu poema respira quando pressente nascer, Ele exala, expira, se estira, como se fosse morrer; Manuseia e finca na folha sua razão de irromper, Desnuda
Eu preciso deste instante Para proclamar ao mundo A tristeza da partida. Nesta hora penetrante, Em que o peito moribundo Geme enfim sua cantiga. Mesmo